Caso Moro: o doutor Lucas Furtado perdeu a curiosidade

Brenno Grillo
Publicada em 01/02/2022 às 16:50
Foto: Reprodução/YouTube/Tribunal de Contas de Santa Catarina

Sergio Moro pode deixar de ser alvo do TCU em breve. O subprocurador Lucas Rocha Furtado desistiu de investigar quanto o ex-juiz da Lava Jato teria recebido para supostamente destruir a economia brasileira e ficar rico auxiliando na reabilitação das empresas que condenou na 13ª Vara Federal de Curitiba.

Ao pedir a investigação, Furtado alegou ao TCU que "possíveis conflitos de interesse, favorecimentos, manipulação e troca de favores entre agentes públicos e organizações privadas" justificariam uma análise aprofundada da relação Alvarez & Marsal, Odebrecht e Moro.

Agora, Furtado parece ter percebido o óbvio: o TCU não pode fiscalizar contratos privados. Coincidentemente, a desistência, que ainda precisa ser chancelada pelo ministro Bruno Dantas, ocorreu depois que o ex-juiz divulgou seus ganhos.

Essa indecisão do integrante do Ministério Público de Contas, segundo um procurador da República ouvido pelo Bastidor, resultaria num "sério risco de punição", como advertência, censura e suspensão. Essa gradação é normal nos órgãos de controle do MP e são aplicadas em casos isolados; mas atividades reiteradas podem resultar em expulsão, complementou.

"Uma coisa é ter uma hipótese de investigação e ver que essa linha de apuração não foi comprovada, outra é passar a investigar e depois voltar atrás sem fato novo. Isso pode dar até abuso de autoridade", explicou outro procurador ouvido pelo Bastidor.

Outro ponto criticado pelos procuradores consultados foi a luta de Furtado para ter o controle da investigação. O integrante do MP de Contas brigou abertamente com um de seus colegas - Júlio Marcelo de Oliveira - e chegou a ser acusado de "atravessar" a condução do processo para atuar "como verdadeiro procurador de exceção" motivado "por sentimento pessoal" e "uma particular visão de mundo".

"Esse episódio de disputa é ridículo. Isso não deveria nunca acontecer numa instituição séria", criticou um procurador da República. Outro integrante da PGR destacou que "esse tipo de atuação partidarizada" resulta apenas em "descrédito" para o TCU e seu corpo técnico - que é bastante elogiado por outros órgãos pelas análises que faz.

O Bastidor questionou Furtado sobre os motivos da mudança de posicionamento. O subprocurador se limitou a dizer: "Não posso falar agora. Desculpe".

Investigação sobre golpe mostra fragilidade do sistema de validação de linhas telefônicas

Leia Mais

Fora da Caixa

22/11/2024 às 16:20

Ex-vice-presidente da Caixa é demitido do serviço público por justa causa por assédio sexual e moral

Leia Mais

Em ação antitruste, Departamento de Justiça dos EUA quer que empresa venda o navegador Chrome

Leia Mais

Governo de Alagoas abate quase metade da dívida da usina falida e procuradores levam comissão de 20%

Leia Mais

Em nova ação contra a Lava Jato, Toffoli retira sigilo de caso de gravação de conversas do doleiro

Leia Mais

Era manobra

21/11/2024 às 10:30

Procuradores da PGFN mudam postura e estendem prazo para análise de desconto em dívida da Laginha

Leia Mais

Contra o plano

21/11/2024 às 10:25

Bradesco exige votação que respeite a ordem dos credores na assembleia de credores da Laginha

Leia Mais

O risco Adani

20/11/2024 às 21:26

Procuradores dos EUA avançam criminalmente contra bilionário amigo de Modi após ataque da Hindenburg

Leia Mais

Conselho Nacional de Justiça aposentou desembargadora envolvida em venda de sentenças

Leia Mais

Investigações tentam encontrar laços de militares que queriam matar Lula com o 8 de janeiro

Leia Mais

Militares e um agente da PF presos queriam matar Lula e Alckmin; Moraes também era alvo do grupo

Leia Mais

O mês que marcaria os últimos dias do governo Bolsonaro foi o escolhido para o golpe, segundo a PF

Leia Mais

Operação da PF assusta por mostrar que, sob Bolsonaro, militares podem matar adversários políticos

Leia Mais

Investigação da PF mostra que general próximo a Bolsonaro elaborou plano para matar Lula e Alckmin

Leia Mais

Senacon tenta limitar publicidade de bets, mas falha ao detalhar eventuais punições.

Leia Mais