Caso Moro: o doutor Lucas Furtado perdeu a curiosidade
Sergio Moro pode deixar de ser alvo do TCU em breve. O subprocurador Lucas Rocha Furtado desistiu de investigar quanto o ex-juiz da Lava Jato teria recebido para supostamente destruir a economia brasileira e ficar rico auxiliando na reabilitação das empresas que condenou na 13ª Vara Federal de Curitiba.
Ao pedir a investigação, Furtado alegou ao TCU que "possíveis conflitos de interesse, favorecimentos, manipulação e troca de favores entre agentes públicos e organizações privadas" justificariam uma análise aprofundada da relação Alvarez & Marsal, Odebrecht e Moro.
Agora, Furtado parece ter percebido o óbvio: o TCU não pode fiscalizar contratos privados. Coincidentemente, a desistência, que ainda precisa ser chancelada pelo ministro Bruno Dantas, ocorreu depois que o ex-juiz divulgou seus ganhos.
Essa indecisão do integrante do Ministério Público de Contas, segundo um procurador da República ouvido pelo Bastidor, resultaria num "sério risco de punição", como advertência, censura e suspensão. Essa gradação é normal nos órgãos de controle do MP e são aplicadas em casos isolados; mas atividades reiteradas podem resultar em expulsão, complementou.
"Uma coisa é ter uma hipótese de investigação e ver que essa linha de apuração não foi comprovada, outra é passar a investigar e depois voltar atrás sem fato novo. Isso pode dar até abuso de autoridade", explicou outro procurador ouvido pelo Bastidor.
Outro ponto criticado pelos procuradores consultados foi a luta de Furtado para ter o controle da investigação. O integrante do MP de Contas brigou abertamente com um de seus colegas - Júlio Marcelo de Oliveira - e chegou a ser acusado de "atravessar" a condução do processo para atuar "como verdadeiro procurador de exceção" motivado "por sentimento pessoal" e "uma particular visão de mundo".
"Esse episódio de disputa é ridículo. Isso não deveria nunca acontecer numa instituição séria", criticou um procurador da República. Outro integrante da PGR destacou que "esse tipo de atuação partidarizada" resulta apenas em "descrédito" para o TCU e seu corpo técnico - que é bastante elogiado por outros órgãos pelas análises que faz.
O Bastidor questionou Furtado sobre os motivos da mudança de posicionamento. O subprocurador se limitou a dizer: "Não posso falar agora. Desculpe".
TCU barra concorrência de R$ 353 milhões no Banco do Nordeste por risco de favorecimento
Leia MaisMPF entra ação civil pública contra projeto de extração de madeira viabilizado por Alcolumbre
Leia MaisNegócios suspeitos de família
PF investiga contratos do marido de deputada Elcione Barbalho com governo de seu filho no Pará
Leia MaisSTJ dá isenção de custas judiciais a magistrado do TJDFT que ganha 50 mil reais mensais, em média
Leia MaisGoverno aciona STF para ressarcir fraudes no INSS fora do teto de gastos e sem aval do Congresso
Leia MaisCom dificuldade de quórum, CPI termina sem aprovar relatório que indiciava apenas 16 pessoas
Leia MaisCâmara examinará cassação da deputada foragida Carla Zambelli, determinada pelo Supremo
Leia MaisAtacante Bruno Henrique, do Flamengo, é denunciado por participar de esquema de fraude em apostas
Leia MaisMinistro do STF anula condenação de ex-presidente da Petrobras por compra da refinaria de Pasadena
Leia MaisCom Gilmar, STF tem maioria para ampliar a responsabilidade das big techs por conteúdo de usuários
Leia MaisAlexandre de Moraes pede ao Ministério da Justiça a extradição de deputada foragida na Itália
Leia MaisConselheiro pede vista e Cade suspende análise de processo de entidades jornalísticas contra Google
Leia MaisOposição trava votação do novo Código Eleitoral na CCJ do Senado e adia discussão para julho
Leia MaisDino vota por responsabilização das plataformas sem ordem judicial em casos de conteúdo ilegal
Leia MaisCNJ pune desembargadora Sandra Inês, do TJBA, pela 2ª vez - agora, por manter “gabinete paralelo”
Leia Mais