O jogo de Silveira e Ometto
A disputa pelo comando da Vale colocou em lados opostos o presidente Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. É o que revelam, em condição de anonimato, participantes das negociações em conversa com o Bastidor. O ministro, segundo essas fontes, passou a “agir em sincronia” com o empresário Rubens Ometto, dono da Cosan, que quer tornar seu homem de confiança CEO da mineradora.
Lula, Silveira e Ometto têm um desejo em comum: tirar Eduardo Bartolomeo do cargo mais alto da Vale. O interesse do trio, no entanto, esbarra no nome do substituto. O preferido de Lula, o ex-ministro Guido Mantega, não superou a resistência dos acionistas e, por ora, sua condução está descartada. O petista, na semana passada, chegou a ser informado que Silveira fez jogo duplo, atuando contra Mantega e a favor de Luís Henrique Guimarães, o nome de Ometto para o posto.
O Bastidor já havia noticiado que o dono da Cosan tenta transformar Guimarães também no favorito de Lula. Para isso, além de Silveira, o empresário conta com outro aliado no governo: o ministro dos Transportes, Renan Filho. No fim do ano passado, o ministro participou de uma negociação no Tribunal de Contas da União que garantiu a uma das empresas de Ometto, a Rumo Logística, um acordo com a gestão federal que retira a obrigatoriedade de se fazer investimentos em uma malha viária que a companhia opera.
Em um processo semelhante, que ainda não chegou ao TCU, o ministro cobra da Vale mais de 25 bilhões de reais para a mineradora continuar a administrar uma ferrovia de 892 quilômetros de extensão, que é principal rota de escoamento do minério de ferro da Serra dos Carajás (PA) até o Porto de Itaqui (MA).
Em meio à indefinição na Vale surgiu mais um nome que agrada aliados próximos de Lula. Trata-se de Murilo Ferreira, que comandou a empresa de 2011 a 2017 e é visto como alguém que atendeu os interesses do governo Dilma. O processo de renovação do mandato ou de substituição de Bartolomeo já deveria ter sido iniciado no conselho de Administração da Vale. O executivo tem contrato até 31 de maio e deve ser comunicado com quatro meses de antecedência sobre seu futuro na companhia. A pressão do governo e a falta de consenso entre acionistas e executivos, no entanto, fizeram as reuniões do conselho serem remarcadas.
Os cenários na mesa hoje são: a recondução de Bartolomeo por no máximo um ano, o adiamento das discussões para se chegar em um acordo que agrade governo e acionistas ou o início imediato da substituição nos próximos dias. Nenhuma das possibilidades está descartada, segundo uma fonte que participam das articulações.
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