Black Friday das Americanas

Oito ex-executivos das Lojas Americanas foram acusados formalmente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta sexta-feira (18). Eles são suspeitos de terem usado informações privilegiadas para comercializar ações da empresa, dias antes de ela apresentar um pedido de recuperação judicial, no qual admitiu ter mais de 20 bilhões de reais em dívidas.

Os investigados, segundo a CVM, são:

• Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez;
• Marcio Cruz Meirelles;
• José Timotheo de Barros;
• Anna Christina Ramos Saicali;
• Fabio da Silva Abrate;
• Marcelo da Silva Nunes;
• João Guerra Duarte Neto;
• Fellipe Arantes Lourenço Bernardazzi.

Miguel, Márcio, José e Anna Christina são suspeitos de vazar informações para obter vantagens junto ao mercado de ações. Os demais responderão apenas por usar as informações relevantes para obter vantagens junto ao mercado. Agora, todos deverão apresentar as respectivas defesa junto à autarquia.

Os processos na CVM têm caráter administrativo e podem resultar em multas aos investigados e sanções para operar no mercado financeiro. Entretanto, o resultado pode embasar futuras ações criminais contra os suspeitos, cabendo ao Ministério Público Federal decidir se apresenta ou não um processo ao Judiciário.

Também nesta sexta-feira, a CVM decidiu abrir um novo inquérito para apurar especificamente eventuais irregularidades das negociações com ativos de emissão da Americanas S.A. (ações, opções sobre ações e debêntures) por pessoas naturais e jurídicas sem vínculo com a companhia.

A quebra das Lojas Americanas tem sido acompanhada por uma força-tarefa da CVM, que já abriu diversos inquéritos e ações administrativas. Pelo menos 19 procedimentos já foram resolvidos, parte deles por meio de acordos firmados entre a empresa e a comissão. A lista de processos pode ser conferida no site da CVM. Ainda de acordo com a comissão, o trabalho tem sido realizado em parceria com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.