Refis para todos
O Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (14), dois projetos de lei que criam programas de refinanciamento das dívidas de estados, municípios e do Distrito Federal com a União. As propostas passaram no plenário com facilidade, mas isso não significa que houve pouco debate sobre ambas as questões.
O texto relacionado aos estados deve injetar nos cofres da União 765 bilhões de reais. Mas essa montanha de dinheiro não virá imediatamente. As unidades da federação que aderirem à proposta terão até 30 anos para quitar os débitos. Atualmente, 90% desse montante é de dívidas de apenas quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
A proposta foi apresentada pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e tinha viés eleitoreiro. Como o estado do presidente da casa é um dos maiores devedores, a proposta poderia aliviar as contas mineiras, abrindo caminho para uma propaganda sólida dele para a eventual reeleição, em 2026, ou até para outros voos, como a disputa ao governo de Minas Gerais.
Entretanto, não foi o texto original de Pacheco que os senadores aprovaram, mas um substitutivo do ex-presidente da casa, senador Davi Alcolumbre (União-AP). O parlamentar incrementou ao texto mais da metade das 78 emendas sugeridas pelos colegas.
O projeto, que seguirá para a Câmara dos Deputados, prevê a criação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). Por meio dele, as unidades da federação poderão renegociar as atuais dívidas com juros menores e a possibilidade de transferirem ativos para a União, como forma de abatimento dos débitos.
A matéria também determina que o dinheiro economizado pelos estados na renegociação dos débitos deve ser aplicado preferencialmente nas áreas de educação e ações de infraestrutura de saneamento, habitação, segurança pública e outros. Os estados ficarão proibidos de usar essa quantia para pagar despesas correntes ou as folhas de pagamento dos servidores.
Municípios
Para os municípios, a proposta aprovada prevê a renegociação de dívidas que as cidades brasileiras têm com a Previdência Social. O projeto aprovado em primeiro turno prevê o parcelamento desses débitos em até 300 meses. O texto amplia, portanto, o prazo que já existe para esse parcelamento, atualmente fixado em até 240 meses.
O projeto foi relatado pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ). Embora seja da oposição, ele dialogou intensamente com o governo nos últimos meses para formatar uma proposta que fosse de consenso entre todos os senadores. Assim, foi possível aprovar por unanimidade a matéria.
Os dois textos precisarão passar por análise da Câmara dos Deputados. Se houver mudanças, voltarão ao Senado para a ratificação. No caso da proposta relacionada aos estados, será necessária a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já a proposta dos municípios, por se tratar de uma emenda constitucional, entrará em vigor assim que as duas casas aprovarem a matéria.
Negócios suspeitos de família
PF investiga contratos do marido de deputada Elcione Barbalho com governo de seu filho no Pará
Leia MaisSTJ dá isenção de custas judiciais a magistrado do TJDFT que ganha 50 mil reais mensais, em média
Leia MaisGoverno aciona STF para ressarcir fraudes no INSS fora do teto de gastos e sem aval do Congresso
Leia MaisCom dificuldade de quórum, CPI termina sem aprovar relatório que indiciava apenas 16 pessoas
Leia MaisCâmara examinará cassação da deputada foragida Carla Zambelli, determinada pelo Supremo
Leia MaisAtacante Bruno Henrique, do Flamengo, é denunciado por participar de esquema de fraude em apostas
Leia MaisMinistro do STF anula condenação de ex-presidente da Petrobras por compra da refinaria de Pasadena
Leia MaisCom Gilmar, STF tem maioria para ampliar a responsabilidade das big techs por conteúdo de usuários
Leia MaisAlexandre de Moraes pede ao Ministério da Justiça a extradição de deputada foragida na Itália
Leia MaisConselheiro pede vista e Cade suspende análise de processo de entidades jornalísticas contra Google
Leia MaisOposição trava votação do novo Código Eleitoral na CCJ do Senado e adia discussão para julho
Leia MaisDino vota por responsabilização das plataformas sem ordem judicial em casos de conteúdo ilegal
Leia MaisCNJ pune desembargadora Sandra Inês, do TJBA, pela 2ª vez - agora, por manter “gabinete paralelo”
Leia MaisCredores menores contrariam grandes grupos econômicos em processo de recuperação judicial
Leia MaisGeneral Paulo Sérgio diz ao STF que discutia apenas uma "Garantia da Lei e da Ordem" com Bolsonaro
Leia Mais