O PT longe dos centros
O segundo turno da eleição municipal apenas confirmou o desempenho ruim do PT. Elegeu 252 prefeitos, sendo apenas 6 entre as 103 maiores cidades, com mais de 200.000 eleitores, e apenas um em capital de estado. A situação do PT é tão ruim - ou até pior - do que no tempo da Operação Lava Jato.
As comparações desenham um quadro constrangedor. Em 2012, seu melhor ano, o partido elegeu 625 prefeitos. Em 2008, quando teve seu melhor desempenho nas grandes cidades, foram 28 eleitos; na ocasião foram 6 em capitais.
O PT se tornou um partido com prefeitos em cidades pequenas, com poucos eleitores, em especial da região Nordeste, onde estão 170 dos 252 eleitos. O desempenho em 2024 só foi melhor em relação à eleição de 2020, sua pior eleição.
Nas eleições de 2016 e de 2020, o PT tinha a justificativa da Operação Lava Jato, que dizimou o partido com investigações sobre corrupção na Petrobras. Este ano, no entanto, disputou as eleições com Lula na presidência, sem Lava Jato e com a melhor situação na economia em uma década. Portanto, o desempenho ruim não é fruto da demonização do partido pela imprensa.
As coisas pioram um pouco quando se observa que o PT mudou seus métodos. Pela primeira vez, por ordem de Lula, o partido abriu mão de ter candidato próprio e apoiou um aliado em São Paulo – Guilherme Boulos. Mesmo assim, o PT fez pouca diferença: Boulos teve a mesma proporção de votos que obteve em 2020, quando foi candidato apenas do PSol, com apoio petista apenas no segundo turno.
O problema do PT é maior do que ter bons candidatos para oferecer. Envolve a perda de parte dos eleitores mais pobres - que se identificam mais com empreendedores do que com trabalhadores com carteira assinada -, o afastamento dos evangélicos e a dificuldade em falar de segurança pública. São fatores que explicam o crescimento dos partidos de centro e de direita. Isso sem falar no poder das emendas parlamentares, o principal fator de sucesso na eleição.
O PT terá eleições internas no ano que vem. A deputada Gleisi Hoffmann deixará o cargo de presidente para ser ministra do governo Lula. As correntes internas do PT já discutem rumos, mas nada indica grandes mudanças.
Dino pede à Caixa, BB e BNB que apresentem soluções técnicas para padronizar pagamento de emendas.
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