O prende e solta do doleiro
A tarde desta terça-feira (21) foi das mais movimentadas da vida jurídica de Alberto Youssef. O doleiro, figura central dos crimes descobertos pela Operação Lava Jato, foi solto e preso várias vezes, sem sair da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, por uma série de decisões judiciais contraditórias.
Youssef foi preso na segunda-feira (20), por ordem do juiz Eduardo Fernando Appio. A decisão foi "de ofício", sem consultas ao Ministério Público Federal (MPF) ou à Polícia Federal.
No começo da tarde, Youssef passou pela audiência de custódia. O juiz Appio ouviu os argumentos da defesa, que pediu a liberação de Youssef, mas decidiu interromper a audiência para que as partes pudessem tomar conhecimento de novos documentos apresentados pela Polícia Federal.
A procuradora Carolina Bonfadini de Sá, do Ministério Públio Federal, ameaçou deixar a sessão: segundo ela, isso não é compatível com uma audiência de custódia.
Ela também ponderou que o MPF era contra a ordem de prisão expedida por Appio e os dois discutiram. Mesmo assim, o magistrado interrompeu a sessão.
Quando a audiência foi retomada, a defesa de Youssef informou ao juiz que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região acabara de deferir um habeas corpus a favor do doleiro. A decisão do TRF4 foi tomada pelo desembargador Marcelo Malucelli, que considerou abusiva a ordem de Appio.
O juiz decidiu, então, emitir uma nova ordem de prisão contra Youssef, baseada em evidências apontadas pela Polícia Federal. A audiência acabou às 15h04. Mas, às 16h45, Appio emitiu um alvará de soltura em favor do doleiro, com base na decisão do TRF4.
Apenas três minutos depois, ele mesmo fez um novo despacho, determinando que a Polícia Federal mantivesse Youssef preso, agora baseando-se no segundo mandado de prisão, expedido durante a audiência de custódia.
Às 16h56, o desembargador Malucelli concedeu um segundo habeas corpus a Youssef, utilizando os mesmos argumentos da decisão anterior e considerando ilegal a conduta de Appio.
Pouco mais de uma hora depois, às 18h19, Apoio cedeu e determinou a soltura de Youssef que, dada a pouca distância entre Curitiba e sua casa em Itapoá (SC), deverá dormir em casa ainda nesta terça-feira.
Assista à audiência de custódia de Youssef:
Leia a sequência de decisões sobre o caso de Youssef:
O hacker caiu
Polícia Civil de São Paulo prende autor do roubo bilionário às contas reservas do Banco Central
Leia MaisA ofensiva petista nas redes
Partido coloca no ar campanha com o mote pobres x ricos para expor o Congresso e a direita
Leia MaisGoverno propõe ressarcir aposentados roubados se puder fazer isso com dinheiro de fora do orçamento
Leia MaisEmpresa de telefonia pede nova blindagem contra credores para duas subsidiárias
Leia MaisFalta de respostas claras sobre maior ataque hacker da história mina confiança no sistema bancário
Leia MaisJuízes contestam Fernando Haddad sobre responsabilidade pelo aumento dos gastos com o programa
Leia MaisPesquisa mostra ceticismo de deputados com anistia e reprovação à estratégia de Bolsonaro
Leia MaisAtaque ao sistema financeiro
PF investiga roubo digital sem precedentes por meio de invasão a empresas centrais do setor bancário
Leia MaisTRF1 suspende decisão que determinava a paralisação de exploração de madeira no Amapá
Leia MaisTCDF manda notificar Secretaria da Educação por baixa qualidade da comida nas escolas
Leia MaisAGU anuncia que Lula resolveu recorrer da decisão do Congresso de derrubar aumento de imposto
Leia MaisAneel permitiu que Enel reajuste tarifa em 13,47%, apesar de falhas no fornecimento no ano passado
Leia MaisViagem secreta sob suspeita
PF investiga ida de dois delegados federais da "PF paralela" para São Paulo após a eleição de 2022
Leia MaisDelegados da investigação da Polícia Federal sobre roubo de aposentados são deslocados
Leia MaisPF concede aposentadoria a Alessandro Moretti, delegado indiciado no inquérito da 'Abin paralela'
Leia Mais