Em nome do pai
Duas operações realizadas pela Polícia Federal nesta terça-feira (14) atingiram um desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Cândido Ribeiro é suspeito de negociar sentenças para favorecer uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.
Ribeiro está no cargo desde 1996. A suspeita é que a operação de venda de sentenças era intermediada por seu filho, o advogado Ravik de Barros Bello Ribeiro, que mantém um escritório na região central de Brasília.
A operação Habeas Pater aponta que pai e filho eram ligados a traficantes investigados na operação Flight Level 2, que também ocorreu nesta terça-feira.
O grupo de traficantes é suspeito de movimentar cerca de R$ 60 milhões nos últimos anos com a compra e venda de imóveis, carros, jóias e criptomoedas. De acordo com a Receita Federal, os suspeitos abriram uma série de empresas em nome de laranjas para lavar o dinheiro do tráfico.
Segundo as investigações, o fluxo financeiro era incompatível com as rendas declaradas pelos suspeitos.
A Flight Level 2 é uma operação derivada de outra investigação. Durante os trabalhos, os policiais descobriram que os suspeitos da primeira fase faziam parte apenas de um núcleo de uma quadrilha ainda maior.
Ao longo do dia, 120 policiais federais e 12 agentes da Receita Federal cumpriram mandados expedidos pela Justiça Federal em Minas Gerais e pelo Superior Tribunal de Justiça. Entre as ordens, estavam cinco mandados de prisão temporária. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
O desembargador e do filho podem pegar até 12 anos de prisão se forem condenados pela suposta venda de sentenças. Os demais suspeitos vão responder por tráfico de drogas, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas podem chegar a 38 anos de reclusão
O Bastidor tentou contato com o advogado Ravik Barros Bello Ribeiro, mas ele não retornou o contato. A defesa do desembargador Cândido Ribeiro não foi encontrada para comentar o caso. O TRF-1 também foi procurado, mas não respondeu.
Os laranjas de Andreson
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