Um grande se vai
Agricultor, militante de esquerda, guerrilheiro Tupamaro, preso político, deputado, senador e ex-presidente do Uruguai, José Alberto Mujica Cordano, o Pepe Mujica, morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, em Montevidéu. Mujica é um dos pouquíssimos políticos que fazem verdadeira a frase escrita pelo presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, ao lamentar sua partida. "Sentiremos muita falta de você”.
A singularidade de Mujica deriva do fato de ele ter conseguido ser um político de sucesso eleitoral fazendo exatamente o contrário do que a maioria dos políticos faz. Viveu a vida toda em uma pequena chácara nos arredores de Montevidéu, onde cultivava hortaliças e flores. Dirigia ele mesmo um Fusca velho. Quando foi eleito presidente, renunciou a parte do salário durante o mandato de cinco anos. Com isso, doou o equivalente a mais de R$ 1 milhão a um programa de habitações populares.
Mujica começou como militante de esquerda na década de 1960. Foi integrante do Movimento de Libertação Nacional - Tupamaros, que combateu a ditadura militar no Uruguai. Foi baleado e ficou ao todo 15 anos na prisão. Fugiu da prisão duas vezes e foi beneficiado pela anistia de 1985. A partir daí, dedicou-se à política.
Criou o Movimento de Participação Política e por ele foi eleito deputado. Foi presidente do Uruguai de 2010 a 2015. Seu mandato foi marcado pela ampliação de investimentos em áreas sociais e educação e reformas progressistas, como a descriminalização do aborto, o casamento entre pessoas LGBTQ e a produção, venda e consumo de maconha.
O principal ativo de Mujica, que o tornou um ícone da esquerda, conhecido mundialmente, era personificar a antítese do político. Além do desprendimento material, demonstrava desapego ao poder, às mesuras dos cerimoniais - comparecia a compromissos diplomáticos internacionais vestido de forma simples - e sinceridade ao falar, a ponto de constranger colegas. Em um continente onde a corrupção e o oportunismo são marcas da política, Mujica se tornou um ícone por ser apegado a princípios.
Mesmo após deixar a presidência, Mujica foi uma figura admirada e influente na política uruguaia, apesar de não interferir em nada. Em 2020, renunciou ao mandato de senador por questões de saúde. Há um ano, anunciou que tinha um câncer de esôfago. Mujica morreu ao lado da esposa, a senadora Lucía Topolansky, que também foi sua companheira de guerrilha.
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