Brasília empareda Bolsonaro
Os ministros do Supremo Tribunal Federal uniram-se para determinar que as forças de segurança liberem imediatamente as rodovias do país. Ratificarão a decisão do ministro Alexandre de Moraes nas próximas horas. Por interlocutores comuns, mandaram avisar ao presidente Jair Bolsonaro que o diretor da PRF será, de fato, preso se não agir logo, como determinou Moraes. Há medidas mais graves em estudo pelos ministros para pôr ordem no país e afastar a aparência de instabilidade política, em virtude do silêncio considerado cúmplice do presidente da República.
As ações em discussão no Supremo têm apoio de Arthur Lira (presidente da Câmara) e Rodrigo Pacheco (presidente do Senado). Ambos concordam com a necessidade de atuação decisiva para conter os bolsonaristas que tentam parar o país. Augusto Aras (PGR) foi convocado a ajudar. As medidas sob análise envolvem investigações criminais. Pacheco e Lira prometeram colaborar mediante pressão ao Planalto - se necessário, pressão pública.
Nas últimas horas, conforme a inércia da PRF diante das arruaças nas rodovias tornou-se inconteste, cresceram as discussões, entre os principais atores institucionais de Brasília, sobre medidas de impacto para enquadrar o presidente Jair Bolsonaro. Todos concordam que Bolsonaro, ao não reconhecer publicamente ter perdido as eleições, age por método. “O silencio dele trabalha pelo tumulto”, diz um dos mais influentes ministros de Brasília. “A PRF está sob comando dele. Precisamos nos preparar para o que mais vier.”
A estratégia dos “adultos na sala” - uma coalizão ampla e informal de quem manda em Brasília - é, a um só tempo, encerrar a crise das rodovias e demonstrar a Bolsonaro que ele está, institucionalmente, isolado. Os ministros civis do governo Bolsonaro também trabalham para que o presidente seja contido. “É para o bem dele. O futuro político dele e da base (bolsonarista) está em jogo”, afirma um desses ministros.
Bolsonaro já deu todas as indicações de que não jogará dentro do que ele mesmo define como as quatro linhas da Constituição. Mas o presidente parece ainda não ter entendido a gravidade da situação em que está se metendo. O objetivo das articulações dessa noite de segunda é lembrá-lo dos riscos institucionais, jurídicos e políticos que ele corre. Espera-se um efeito dissuasório - ainda que breve. Será uma longa transição de governo.
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