Bolsonaro não é mais da política
A operação Tempus Veritatis tem o poder de acelerar a saída de Jair Bolsonaro da política. Inelegível até 2030 e perto de ser preso, há tempo que Bolsonaro enfrenta dificuldades, tanto para fazer prevalecer seus candidatos a prefeito pelo PL, quanto para angariar solidariedade. Os documentos que embasaram a operação só tendem a piorar sua situação.
A documentação mostra que Bolsonaro só confiava em seu séquito de assessores e militares. As decisões são tomadas por Bolsonaro com sua turma do Gabinete do Ódio e militares.
Políticos serviam para propagar informações falsas contra as urnas eletrônicas, a apuração dos votos ou a lisura da Justiça Eleitoral. Até mesmo o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem papel de "escada": libera a sede do PL para articulações e faz o serviço sujo de entrar na Justiça contra as urnas eletrônicas, mas não participa das decisões.
Coisas assim não passam despercebidas. A operação da PF vai acelerar o processo em curso de substituição de Bolsonaro num mundo que ele nunca prezou e que sempre o viu com desconfiança. Bolsonaro terá mais dificuldades para escolher candidatos a prefeito. Alguns já apontados por ele, como o deputado Alexandre Ramagem, no Rio, correm risco de não ter aquele impulso esperado.
Também terá muito mais dificuldades para atrair o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para o PL e fazê-lo seu candidato em 2026.Tem pouco a oferecer a ele.
Bolsonaro só tem o discurso da vitimização para se agarrar. É algo para se defender, mas não é nada para pedir votos. Poderá até participar de eventos eleitorais, mas correrá o risco de ser vaiado e terá pouco a acrescentar aos candidatos – afinal, eles querem um futuro como prefeitos e ele não tem esse futuro a oferecer.
Não é contra Bolsonaro pessoalmente, mas contra o antipetismo, que o presidente Lula terá de antagonizar na eleição municipal em outubro, como deseja. As pesquisas mostram que, a despeito de Bolsonaro, os que votaram nele confiam menos em Lula, consideram seu governo pior e mais corrupto. Bolsonaro se tornou dispensável para isso.
Políticos gostam do que fazem e disso sobrevivem, por isso não gostam de golpes de estado. A democracia é que os mantém na ativa, permite que façam emendas ao orçamento, indiquem apadrinhados a cargos e façam discursos. Já uma ditadura beneficia poucos. E as operações da PF deixam claro que os beneficiados seriam Bolsonaro, seus filhos, os assessores do Gabinete do Ódio e militares. Nada de políticos.
O hacker caiu
Polícia Civil de São Paulo prende autor do roubo bilionário às contas reservas do Banco Central
Leia MaisA ofensiva petista nas redes
Partido coloca no ar campanha com o mote pobres x ricos para expor o Congresso e a direita
Leia MaisGoverno propõe ressarcir aposentados roubados se puder fazer isso com dinheiro de fora do orçamento
Leia MaisEmpresa de telefonia pede nova blindagem contra credores para duas subsidiárias
Leia MaisFalta de respostas claras sobre maior ataque hacker da história mina confiança no sistema bancário
Leia MaisJuízes contestam Fernando Haddad sobre responsabilidade pelo aumento dos gastos com o programa
Leia MaisPesquisa mostra ceticismo de deputados com anistia e reprovação à estratégia de Bolsonaro
Leia MaisAtaque ao sistema financeiro
PF investiga roubo digital sem precedentes por meio de invasão a empresas centrais do setor bancário
Leia MaisTRF1 suspende decisão que determinava a paralisação de exploração de madeira no Amapá
Leia MaisTCDF manda notificar Secretaria da Educação por baixa qualidade da comida nas escolas
Leia MaisAGU anuncia que Lula resolveu recorrer da decisão do Congresso de derrubar aumento de imposto
Leia MaisAneel permitiu que Enel reajuste tarifa em 13,47%, apesar de falhas no fornecimento no ano passado
Leia MaisViagem secreta sob suspeita
PF investiga ida de dois delegados federais da "PF paralela" para São Paulo após a eleição de 2022
Leia MaisDelegados da investigação da Polícia Federal sobre roubo de aposentados são deslocados
Leia MaisPF concede aposentadoria a Alessandro Moretti, delegado indiciado no inquérito da 'Abin paralela'
Leia Mais