Alerta no Bolsa Família

Alisson Matos
Publicada em 12/02/2024 às 06:00
Wellington Dias oficializou a chegada da servidora que esteve envolvida em auxílio suspeito Foto: Ascom MDS/Divulgação

Uma portaria assinada pelo ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, causou estranheza e indignação em funcionários da pasta e aliados do petista. Desde o dia 25 de janeiro, uma servidora que esteve envolvida em pagamentos de auxílios com suspeita de irregularidades durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro passou a atuar na Secretaria responsável pelo programa Bolsa Família.

Desde o mês passado, Carina Melatto Floriano Stringari ocupa um cargo de nome longo, típico da burocracia de Brasília. É coordenadora-geral de Cobrança de Ressarcimento do Departamento de Operação da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania. Trata-se de uma função relevante na enorme máquina de pagamentos de benefícios sociais.

Servidora de carreira, ela esteve lotada na gestão Bolsonaro na Assessoria de Cadastros Previdenciários, subordinada ao secretário de Previdência, André Veras, e ao ex-ministro do Trabalho e Previdência José Carlos Oliveira.

Em 2022, coube ao então Ministério do Trabalho e Previdência estruturar o auxílio destinado a taxistas e caminhoneiros. Carina trabalhou na averiguação de quem poderia receber ou não o benefício. A atuação de Carina, de Veras e de Oliveira, no entanto, passou a ser contestada após a CGU (Controladoria-Geral da União) constatar irregularidades nos pagamentos.

De acordo com o órgão, em relatório divulgado em 2023, o total de potenciais pagamentos indevidos foi de 1,97 bilhão de reais nos casos dos caminhoneiros e taxistas. O documento diz que 78% dos taxistas beneficiados e 27% dos caminhoneiros estavam fora do perfil adequado para receber os auxílios.

O ministro Vinícius Carvalho, da CGU, disse à época que os benefícios foram criados “sem nenhum estudo prévio sobre a fragilidade na aplicação dos critérios de elegibilidade” e prometeu acionar os “órgãos competentes para providências”.

“Em relação aos recursos pagos indevidamente, vamos monitorar as providências que vão ser tomadas pela Caixa, pelo MDS (Ministério do Desenvolvimento Social), eventualmente, para recuperar esses recursos. Vamos fazer uma análise de apuração de responsabilidades em relação a eventuais desvios que possam ter sido cometidos”, declarou o ministro de Lula em setembro de 2023.

No governo Lula, Carina ficou no Ministério da Previdência, sob o comando de Carlos Lupi, que foi separado da pasta do Trabalho. Permaneceu até novembro de 2023, segundo dados do Portal da Transparência.

O nome da servidora voltou a circular em 17 janeiro de 2024, quando o secretário-executivo do ministério, Wolney Queiroz, autorizou a ida de Carina para cuidar do Bolsa Família. Questionado, o MDS não esclareceu quais foram os critérios adotados para a transferência de Carina, nem quem fez o pedido. A pasta também não respondeu se a servidora responde a algum processo administrativo. 

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