A capitulação no pix
O governo Lula revogou nesta quarta-feira (15) a norma da Receita Federal que ampliaria o monitoramento de transações via pix de 5 mil reais feitas por pessoas físicas e de 15 mil reais por pessoas jurídicas. Foi uma capitulação diante da onda nas redes sociais de críticas e de desconfiança de que a medida levaria à cobrança de um novo imposto.
O secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, afirmou que “pessoas inescrupulosas distorceram e manipularam o ato normativo da Receita Federal prejudicando milhões de pessoas, causando pânico principalmente na população mais humilde”.
Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, participaram do anúncio ao lado de Barreirinhas.
O texto da portaria da Receita Federal estabelecia que as instituições de pagamento e os bancos digitais, como Nubank, Picpay, PagBank e outros passariam a ser obrigadas a comunicar estas transações. Antes, isso só era exigido dos bancos tradicionais.
Desde o início, no entanto, a medida gerou boatos de que o governo cobraria imposto sobre o pix, em especial de pequenos comerciantes e trabalhadores informais. Sinal da desconfiança, entre os dias 11 e 14 foram feitos 20 milhões de transações a menos com pix.
Com 12 milhões de seguidores apenas no Instagram, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou um vídeo no qual deixava claro que o ato não criava um imposto sobre o pix, mas lançava dúvidas sobre o futuro. “O Pix não será taxado. Mas a comprinha da China não seria taxada, foi. Não ia ter sigilo, mas teve. Você ia ser isento do Imposto de Renda, não vai mais. Ia ter picanha, não teve. O Pix não será taxado, mas não duvido que possa ser”, disse.
Na semana passada, o presidente Lula fez um vídeo, em que anunciava uma doação ao Corinthians, via pix, para tentar contrapor a desconfiança sobre a medida. Não adiantou. O ministro da Secom, Sidônio Palmeira, encomendou uma campanha publicitária de urgência para contrapor os boatos. Por fim, o governo capitulou.
Boatos sobre taxação do pix são baseados na história recente. Entre 1997 e 2007 vigorou a CPMF, um imposto cobrado sobre todas as movimentações financeiras. Em 2020, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, aventou a criação de um imposto sobre "transações digitais", entre elas o pix. A ideia morreu de inanição, diante de críticas pesadas do Congresso.
Moraes nega pedido da defesa de Rodrigo Bezerra para enviar processo sobre golpe à Justiça Militar
Leia MaisMeta diz à AGU que checagem independente de postagens não acabará imediatamente no Brasil
Leia MaisFebraban publica nota em que desmente boatos sobre taxação do Pix
Leia MaisNubank exibe mensagem que tenta dissuadir clientes de fazer a apostas online
Leia MaisLula sanciona lei que prevê novo programa de renegociação das dívidas dos estados, mas piora contas.
Leia MaisSidônio Palmeira começa a recrutar equipes para mudar comunicação do governo federal.
Leia MaisSem convite, Lula decide enviar embaixadora do Brasil nos EUA para a posse de Trump
Leia MaisAli Damoush é apontado como novo chefe do Conselho Executivo do Hezbollah
Leia MaisDino obriga CGU, AGU e MEC a criarem normas que dêem mais transparência a emendas parlamentares
Leia MaisLoterj pede ao STF que reforme decisão sobre bets que só podem funcionar nos estados
Leia MaisÓrgão dá 72 horas para empresa explicar das mudanças nas políticas de moderação de conteúdos
Leia MaisNicolás Maduro assume terceiro mandato consecutivo em cerimônia com poucos líderes mundiais
Leia MaisPagBank demite entre 350 a 400 pessoas, em processo de reestruturação sob mercado concorrido
Leia MaisComerciantes afirmam que Adiq e InovePay não repassaram R$ 450 milhões em vendas
Leia MaisA possível permanência de Brunna Rosa Alfaia na Secom reacenderá uma rivalidade que aflorou em 2022
Leia Mais