Moraes acelera

Brenno Grillo
Publicada em 31/10/2022 às 22:35
Silvinei Vasques, Anderson Torres e Jair Bolsonaro são três atores importantes na dinâmica dos protestos pelo país. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Alexandre de Moraes decidiu que a Polícia Rodoviária Federal tem que parar de assistir aos bloqueios organizados por bolsonaristas inconformados nas estradas e trabalhar. Caso contrário, o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, terá que pagar multa de 100 mil reais por hora.

Há registros de protestos em 20 estados e vídeos de policiais rodoviários federais assistindo aos manifestantes atrapalharem o direito alheio. Por isso, o ministro do STF intimou a tomarem uma atitude, além de Silvinei, o ministro da Justiça, Anderson Torres; o procurador-geral da República, Augusto Aras; o diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira, os procuradores-gerais de Justiça estaduais e os comandantes das polícias militares.

Segundo Moraes, a passividade das autoridades justifica sua decisão e as penalidades determinadas em caso de descumprimento. "Em que pese o exercício do poder de polícia ser da competência de vários dos órgãos públicos envolvidos, como as Polícia Rodoviária Federal e Polícias Militares, o que lhe permitiria o emprego do desforço necessário para a livre circulação de bens e pessoas, é também inegável conforme os vídeos citados, que a PRF não vem realizando sua tarefa constitucional e legal", disse o ministro do Supremo Tribunal Federal.

A decisão de Moraes vem na esteira da pressão colocada por Tribunal Superior Eleitoral e STF no Ministério da Justiça. Um dos alvos é o chefe da pasta, Anderson Torres, que tem exagerado na fidelidade a Bolsonaro. Outro é Vasques, subordinado de Torres que declarou voto no presidente derrotado, mas depois apagou a publicação no Instagram.

No domingo, durante a votação do segundo turno, não faltaram relatos de operações da Polícia Rodoviária Federal contra ônibus com eleitores. O PT transformou isso numa arma política, acusando a entidade dirigida por Vasques de se dobrar a Bolsonaro.

Na prática, os resultados eleitorais mostraram que a atividade da PRF não atrapalhou o pleito. Mas a passividade dos policiais rodoviários quanto aos bolsonaristas revoltosos, em comparação ao cotidiano da corporação, ou mesmo as revistas realizadas ontem, abastecem acusações de aparelhamento político das polícias por Bolsonaro.

Também corrobora essas acusações o fato de a Polícia Rodoviária Federal ter pedido autorização à Advocacia-Geral da União para fazer o seu trabalho, que é manter a ordem nas rodovias federais.

Políticos do MDB que sofreram com a greve dos caminhoneiros, em 2018, estão apreensivos desde o fim da apuração, ontem, com o silêncio de Bolsonaro após a derrota e as balbúrdias bolsonaristas pelo país. Da última vez, faltou até gasolina em viatura e ambulância.

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