Guerra às big techs

Karen Couto
Publicada em 23/08/2024 às 16:25
Vítima e julgador, Alexandre de Moraes é relator do inquérito que apura os vazamentos de conversas entre ele e assessores Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Após o vazamento de mensagens trocadas pelo WhatsApp entre assessores de Alexandre de Moraes, três ministros do Supremo decidiram avançar com processos que envolvem as big techs. As ações tratam de moderação de publicações, responsabilização de plataformas e bloqueio de aplicativos. Somadas, são um pacotão contra as grandes empresas de tecnologia.

Dias Toffoli, Luiz Fux e Edson Fachin, relatores dos processos, pediram que seja realizado um julgamento em conjunto dos casos. Cabe ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, definir a data.

Há tempos os ministros da Corte reclamam da falta de regulamentação, transparência e descumprimento de decisões judiciais por parte das big techs. O decano Gilmar Mendes, Barroso e o próprio Moraes costumam fazer críticas públicas. De modo geral, os ministros do Supremo têm uma postura extremamente crítica às plataformas. Esse entendimento se acentuou após Elon Musk comprar o antigo Twitter, hoje X. Musk ajudou a amplificar as notícias sobre a Vaza Toga, o que consolidou a visão entre os ministros de que há uma conspiração da extrema-direita contra o tribunal.

Em tese, caberia ao Congresso cuidar do assunto. Mas os parlamentares não querem votar o projeto de lei que regulamenta as redes sociais. O movimento de colocar as três ações em pauta mostra que o Supremo não vai mais esperar a ação dos parlamentares. Essa decisão tem o potencial de causar novos conflitos entre as cúpulas do Judiciário e do Legislativo.

O recurso que está com Dias Toffoli trata da constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet. Determina a necessidade de uma ordem judicial prévia para a exclusão de conteúdo, para que provedores de internet, websites e gestores de aplicativos de redes sociais possam responder judicialmente pelos danos praticados por terceiros. O artigo 19 sempre foi considerado uma vitória da liberdade de expressão.

Outro recurso que será julgado em conjunto deve definir se é dever da empresa que hospeda sites fiscalizar o conteúdo publicado, bem como retirá-lo do ar quando considerado ofensivo, sem intervenção do Judiciário. Esse recurso está sob relatoria de Luiz Fux.

O terceiro caso está sob a relatoria do ministro Edson Fachin. A ação discute a possibilidade de bloqueio do aplicativo de mensagens WhatsApp por decisões judiciais. A ação foi movida após a empresa informar que não poderia fornecer os dados requisitados pelos magistrados devido à segurança da criptografia. É, de fato, uma impossibilidade técnica.

Enquanto os partidos políticos que ingressaram com a ação alegam que esse tipo de medida judicial é desproporcional e viola a liberdade de expressão, a Polícia Federal e o Ministério Público entendem que os bloqueios desses aplicativos são necessários, por serem utilizados, também, para prática de crimes.

Embora os órgãos de investigação consigam acessar mensagens trocadas em aplicativos como o WhatsApp quando há apreensão de um celular ou acesso a mensagens armazenadas em sistema de nuvem (iCloud ou Google Drive, por exemplo), os investigadores gostariam de poder acessar mensagens mesmo sem a apreensão do aparelho - ou fazer monitoramento em tempo real, como em casos de interceptação telefônica autorizada judicialmente. Pleiteam o que, novamente, é tecnicamente impossível.

Lupi na brasa

01/05/2025 às 14:38

Líder da oposição aciona a PGR contra ministro da Previdência e pede seu afastamento

Leia Mais

Epic wins

30/04/2025 às 21:14

Justiça dos EUA proíbe Apple de cobrar taxas fora de apps e envia caso para investigação criminal

Leia Mais

Governo anuncia novo presidente do órgão, depois de escândalo de roubo dos aposentados

Leia Mais

Cadê as contas?

30/04/2025 às 18:24

Dino suspende pagamentos de emendas da saúde sem conta bancária específica para depositar

Leia Mais

Golpe ou Madrid

30/04/2025 às 18:03

Palestrante em evento da OAB na Espanha, Paulo Gonet pode não participar de julgamento no Supremo

Leia Mais

A multa vale

30/04/2025 às 13:15

STJ mantém multa de 88 milhões imposta pela CGU à Vale, por dificultar fiscalização em Brumadinho.

Leia Mais

Descontos ilegais sobre aposentados e pensionistas chegavam a 6% do salário mínimo.

Leia Mais

Governador de Alagoas faz lista de presentes para o seu casamento e faz pedido de 80 mil reais

Leia Mais

Lupi insuficiente

29/04/2025 às 19:30

Ministro da Previdência não explica por que não interrompeu acordos que fraudaram aposentados

Leia Mais

CCJ da Câmara rejeita recurso e deixa processo de cassação de Glauber Braga andar

Leia Mais

Por tirar dinheiro direto de aposentados, escândalo do INSS tem potencial destruidor para 2026

Leia Mais

Agiu sozinho

29/04/2025 às 16:18

PF conclui que homem que se explodiu na praça dos Três Poderes não teve ajuda de ninguém

Leia Mais

PSDB se reúne nesta terça para definir quem vai conduzir fusão do partido com o Podemos

Leia Mais

Fica no xillindró

29/04/2025 às 00:18

STF mantém prisão de Collor por seis votos a quatro

Leia Mais

Conselheiro da Eletrobras foi advertido por acusar colegas e divulgar documentos sigilosos.

Leia Mais