Americanas day

Samuel Nunes
Publicada em 27/06/2024 às 15:56
Dois ex-diretores da empresa são considerados foragidos pela Polícia Federal Foto: Davi Corrêa/Agencia Enquadrar/Folhapress

Demorou, mas a Polícia Federal entrou com tudo hoje no caso da fraude bilionária das Lojas Americanas. Numa operação batizada de Disclosure, a PF saiu às ruas para cumprir 15 mandados de busca e apreensão e outros dois de prisão preventiva. Os alvos são dois ex-diretores da companhia, suspeitos de praticar fraudes contábeis, as quais ajudaram a companhia a cair em desgraça.

Os diretores alvos de prisão são Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali. O primeiro era CEO das Americanas, enquanto ela comandou várias áreas da empresa, desde a B2W até a fintech AME. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra outros 11 ex-funcionários das Americanas.

A dupla é suspeita de praticar fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, nas quais a varejista conseguia antecipar os pagamentos a fornecedores junto a empréstimos nos bancos. Eles também teriam realizado contratos de verba de propaganda que eram contabilizados, mas nunca existiram.

Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal no Rio de Janeiro determinou o bloqueio de bens no valor de mais de meio bilhão de reais.

Apesar dos mandados de busca e apreensão, Gutierrez e Saicali não foram presos e já são considerados foragidos pela Polícia Federal. O ex-CEO mora há cerca de um ano na Espanha, enquanto a diretora viajou a Portugal no dia 15 deste mês e ainda não retornou. Os nomes de ambos já constam na lista de procurados da Interpol.

A investigação contra o grupo começou a partir de acordos de colaboração firmados entre o Ministério Público Federal e funcionários das Americanas. Também foram levantadas provas, como mensagens de WhatsApp, que comprovariam as fraudes. A empresa, que passa por recuperação judicial, também teria ajudado no fornecimento de evidências.

Os ex-diretores podem ser indiciados por crimes como manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas, prática conhecida como "insider trading". O caso corre sob segredo de justiça. As defesas dos dois ex-diretores não foram encontradas para comentar o caso.

Dúvidas permanecem

Embora os dois ex-diretores possam ter contribuído para uma série de fraudes contábeis nas Americanas, o bloqueio de cerca de meio bilhão de reais ainda deixa dúvidas. Segundo o que foi divulgado até o momento, não é possível saber o nível de responsabilidade dos dois diretores no rombo geral das Americanas, nem se há outros funcionários da empresa envolvidos.

Assim, credores e investidores minoritários ficam sem saber onde foram parar os outros 25 bilhões que a empresa diz ter acumulado de dívidas, levando-a à recuperação judicial.

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