A qualquer custo

Alisson Matos
Publicada em 06/02/2025 às 19:25
Ofertas de COE se dão pelo retorno financeiro que a XP tem com a operação Foto: Reprodução

Um ex-funcionário da XP Investimentos afirmou em depoimento à Justiça de São Paulo que a corretora pressiona seus assessores a oferecer investimentos considerados agressivos a clientes que não se encaixam nesse perfil. O Bastidor teve acesso com exclusividade à gravação da audiência.

Gabriel Puerta ainda acusa a empresa de forçar a realização de operações conjuntas com COE, o certificado de operações estruturadas, e empréstimos mediante CCB, a Cédula de Crédito.

Gabriel foi arrolado como testemunha em um processo que corre na 32ª Vara Cível do Foro da Comarca de São Paulo de um cliente que aplicou recursos na XP e diz ter tido prejuízo devido à “conduta inadequada” de assessores financeiros ligados à corretora.

O ex-funcionário figura em outro processo contra a XP. Seu pai, Marco Antonio Puerta, também processa a XP num caso que foi revelado pelo Bastidor em agosto do ano passado. O empresário acusa a corretora de coagir o filho a pressioná-lo para aplicar 15 milhões de reais em COE e tomar um empréstimo no mesmo valor.

Em tese, a conclusão do negócio ajudaria Gabriel a consolidar sua carreira na corretora. Não foi o que aconteceu: ele foi demitido logo depois. A XP nega.

No depoimento à Justiça, Gabriel diz que a XP incentiva funcionários a oferecer COE atrelado a empréstimos a clientes que não têm perfil agressivo, porque a operação dá maior retorno financeiro à corretora: o prazo de resgate é de ao menos cinco anos e a XP ganha com os juros cobrados no empréstimo.

Segundo Gabriel, diferente de outra instituição financeira em que trabalhou, a XP não repassa nenhuma regra ou conduta que trate de potenciais conflitos de interesse sobre ofertas de produtos. “O lema é vender a qualquer custo”, disse, no depoimento que durou pouco mais de 36 minutos.

Gabriel também detalhou a pressão sobre os funcionários em relação às metas que precisavam ser alcançadas. “Falavam que os clientes estavam em primeiro lugar, mas não era assim que funcionava”, afirmou. Ele citou que os chefes davam notas de desempenho aos subordinados, como forma de aumentar a competição.

Gabriel afirma que foi contratado após a XP avaliar sua carteira de clientes na outra instituição financeira em que trabalhava. Não houve análise de currículo. Foi levada em conta somente sua capacidade de levar clientes e prospectar novos. Ele revela que tinha certificado apenas da Anbima, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, mas não da CVM, a Comissão de Valores Mobiliários, como a maioria dos profissionais que lá atuavam.

Procurada, a XP disse que “segue rigorosamente a regulação e preza pela absoluta transparência nas condições e prazos dos seus produtos de investimentos”. Acrescentou que “está alinhada aos mais altos padrões de compliance e de aplicação de suitability”. Disse ainda que “não comenta casos específicos que tramitam na Justiça”.

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