A nova guerra do Itaú
O Itaú resolveu abrir uma outra frente de guerra com um alto ex-funcionário do banco. Depois de demitir o diretor de marketing Eduardo Tracanella nesta semana, o Itaú levou à justiça na sexta-feira (6) o ex-diretor financeiro (CFO) Alexsandro Broedel, cinco meses após o executivo assumir um cargo global no Santander na Espanha.
Na ação, protocolada no Tribunal de Justiça de São Paulo, o Itaú acusa Broedel de conflito de interesse. Diz que o ex-CFO atuava como consultor e parecerista na Broedel Consultores e que tinha como sócio Eliseu Martins, professor e um dos mais reconhecidos especialistas de contabilidade no país. Segundo o banco, a informação nunca foi declarada internamente.
O Itaú acrescenta que o ex-CFO contratou 40 pareceres de outra empresa de Martins, a Care, desembolsando 13,2 milhões de reais. Todos os pagamentos foram autorizados por Broedel.
Ainda de acordo com o banco, foram constatadas 56 transferências da empresa Care em benefício do ex-CFO e de sua empresa com Martins, a Broedel Consultores.
Broedel esteve na direção do Itaú entre 2012 e 2024. Continuou mais alguns dias como administrador licenciado para atender as políticas internas de desincompatibilização, já que estava de saída para o Santander.
Foi nesse período, segundo o Itaú, que chegou a informação de que Broedel prestava serviços de parecerista e consultor ao mercado enquanto atuava no banco. O Itaú afirma que rastreou recursos do próprio banco indo parar em contas associadas a Broedel no Santander - banco no qual o executivo passou a trabalhar.
Em nota à imprensa, Broedel disse que as acusações são infundadas e que Eliseu Martins já prestava serviço ao Itaú há décadas. Acrescentou que causa estranheza o momento das denúncias, já que assumiu uma posição global em um concorrente do banco brasileiro. Vai tomar medidas judiciais.
Broedel é, em menos de uma semana, o segundo ex-executivo do Itaú exposto em público. No início da semana, foi Eduardo Tracanella desligado do banco devido “ao mau uso do cartão de crédito corporativo”.
Como mostrou o Bastidor, internamente, funcionários de áreas estratégicas do banco duvidam que Traca, que ficou 27 anos no Itaú, fosse desligado caso não houvesse algo mais grave. Consideram que há uma crise de confiança interna que ameaça transbordar para o mercado.
A postura combativa de Broedel ao ser processado pelo Itaú, em contraponto ao silêncio de Traca, causou alarme entre executivos do banco. Como CFO, Broedel tinha acesso às informações mais sensíveis e estratégicas do Itaú. Se o executivo de fato partir para o contra-ataque, como promete, não lhe faltará munição.
A guerra pode ser ainda mais pesada por envolver o Santander. No banco espanhol, os movimentos do Itaú foram interpretados como um ataque frontal. Além de atingir um executivo que assumiu um cargo global, e logo de governança, resvalaram no marketing do banco. Após demitir Traca, o Itaú contratou para o lugar dele Juliana Cury, que comandava o marketing no Santander.
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