O lixo de ACM Neto
Sob a gestão de ACM Neto na Prefeitura de Salvador, lixo não era problema. Era - e é - lucro. Como revelou o Bastidor, a administração do ora candidato ao governo da Bahia concedeu um contrato de lixo para o amigo e empresário José Marcos de Moura. Suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro, Moura empresta o próprio jatinho a ACM Neto. O contrato com a empresa de Moura já custou 174,4 milhões de reais aos cofres de Salvador.
Recolher lixo dá dinheiro a quem é próximo a ACM Neto. Também na gestão dele, a Naturalle Tratamento de Resíduos varreu a concorrência e obteve um contrato que, hoje, soma 235 milhões de reais. E de quem é a Naturalle? Dos filhos do ex-governador Paulo Souto, secretário de Fazenda da Prefeitura de Salvador quando o contrato foi assinado.
A Naturalle é comandada por Vitor e Rodrigo, da prole de Souto. Tem sede na capital baiana e obteve o contrato em 2018. O negócio era dividido com outra empresa, a Limp City Valorização de Resíduos, que ficava com uma pequena parte do contrato.
O contrato original previa o pagamento de 113,8 milhões para a Naturalle. Deveria durar dois anos. No dia do vencimento, em seis de outubro de 2020, a prefeitura renovou a parceria, sem licitação, garantindo mais 113,8 milhões à empresa. Em novembro de 2020, houve um aditivo que ampliou em mais 4,7 milhões a conta a ser paga pelos soteropolitanos. Outro reajuste foi assinado em maio deste ano, elevando em mais 2,6 milhões os pagamentos.
O atual contrato com a Naturalle e com a Limp City deve ser encerrado em setembro deste ano. Até agora, as duas empresas já receberam 192,2 milhões de reais da Prefeitura de Salvador. Desse total, apenas 5,4 milhões foram repassados à Limp City. Todo o restante foi pago à Naturalle.
Paulo Souto saiu da Prefeitura para ajudar ACM Neto em seu projeto de se eleger governador da Bahia. Deixou na Secretaria de Fazenda do município uma pessoa de confiança, para assegurar a manutenção dos contratos dos filhos: o aliado Walter Cairo de Oliveira Filho.
O Bastidor procurou a Prefeitura de Salvador e a Naturalle sobre os contratos. A administração municipal ainda não respondeu. A empresa disse que não participa mais do consórcio que mantinha com a Limp City, mas não forneceu outros detalhes.
Segundo o Portal da Transparência, os pagamentos ao grupo dos irmãos Souto foram realizados até março deste ano. Depois disso, só a Limp City recebeu repasses da prefeitura. Ninguém da Limp City foi encontrado para comentar o assunto.
O ex-secretário Paulo Souto não foi encontrado pela reportagem.
Abaixo, os dois campeões do lixo em Salvador: Marcos Moura (de óculos escuro) e Vitor Souto.
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