Chesf não explica diferença de 2 milhões em contrato

Samuel Nunes
Publicada em 14/04/2022 às 11:00
Não há explicação no Portal da Transparência sobre a diferença dos valores entre a licitação e o contrato Foto: Divulgação/Chesf

A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) ainda não explicou as inconsistências encontradas pelo Bastidor nos contratos firmados com a Sices Brasil, cujo dono é investigado por suspeita de fraude de 200 milhões de reais no Banco do Brasil. Em nota enviada ao site, a estatal disse que tudo correu dentro da normalidade, mas ainda há pontos a serem esclarecidos, como uma diferença de 2 milhões de reais.

Segundo o Portal da Transparência, a Sices venceu uma licitação em 2018 para fornecer equipamentos à Chesf. A empresa é especializada na venda de painéis fotovoltaicos e participou do pregão para o Programa Conta Zero, mantido pela estatal. 

A Chesf afirma que “todo o material já foi fornecido de forma integral, conforme as especificações técnicas requeridas” e que o contrato foi encerrado em abril de 2020.

No portal, consta que a licitação era no valor de R$ 413.995,11. Os dados coincidem com o que foi repassado pela Chesf, na nota encaminhada ao Bastidor. O problema é que, na mesma página, consta que o contrato final, firmado entre a estatal e a Sices, foi atualizado para R$ 2.471.014,26. Não há na página qualquer documento que explique a diferença de mais de 2 milhões. A Chesf foi novamente questionada, mas ainda não respondeu. 

Origem da Sices Brasil

A Sices Brasil pertence ao engenheiro italiano Leonardo Camillo Curioni. Aberta em 2013, a empresa teve crescimento exponencial na última década, chegando a faturar 1,5 bilhão em 2019. No ano seguinte, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, por causa de dívidas acumuladas que chegavam a 600 milhões.

Duas operações bancárias no valor de 200 milhões, feitas pela Sices em 2020 junto ao Banco do Brasil, levaram ao afastamento de diretores da subsidiária BB Consórcios. Uma apuração interna apontou que a empresa comprou as cotas com o objetivo de adquirir veículos, mas usou o dinheiro para comprar painéis fotovoltaicos.

As informações foram repassadas à Polícia Federal, que instaurou um inquérito para apurar o caso. No dia 6 de abril, agentes cumpriram oito mandados de busca e apreensão, em São Paulo, Paraná e no Distrito Federal. Além de Curioni, o ex-presidente da BB Consórcios Paulo Rabelo está entre os investigados.

O caso segue sob segredo de Justiça. Por isso, os demais suspeitos ainda são desconhecidos. Eles podem responder por crime contra o sistema financeiro nacional, que prevê penas de até 12 anos de prisão.

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