Falta habilidade, sobra incentivo
Relatório elaborado pela área técnica da Aneel constatou que a Âmbar enfrentará sérias dificuldades caso assuma o controle da Amazonas Energia. A análise concluída na quarta-feira (28) lista ressalvas sobre a transferência da gestão da companhia para o grupo J&F.
Uma das preocupações dos técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica é com a falta de experiência dos irmãos Joesley e Wesley Batista na distribuição de energia elétrica. O documento, ao qual o Bastidor também teve acesso, foi divulgado nesta quinta-feira (29) pelo Estadão.
A Âmbar tentou mostrar que conseguirá melhorar os serviços da distribuidora amazonense citando capacidade de gerar de energia - que está atualmente 2,5 GW, distribuídos em 4 bilhões de reais em ativos, como usinas térmicas. Mas a potência dos Batista não convenceu os técnicos da autarquia, por se tratarem de atividades diferentes.
Outro problema diagnosticado pelos servidores da Aneel foram as flexibilizações nos custos e nas metas de controle propostas pela Âmbar. Estudos feitos com base em resultados de outras distribuidoras de energia que mudaram de dono mostraram que o custo aos consumidores será de, ao menos, 3,37 bilhões de reais nos próximos 15 anos.
O montante bilionário contabiliza repasses de custos operacionais, mas há mudanças de cálculo que ajudariam a Âmbar a ter que arcar com menos peso regulatório do que seus concorrentes. O motivo apresentado pela empresa dos Batista é o tamanho da dívida que assumirá em nome da Amazonas Energia: 10 bilhões de reais.
Esse valor será pago com ativos do grupo J&F. A proposta também prevê um aporte de 38 bilhões até o fim de 2026. Em contrapartida a todos esses gastos, Joesley e Wesley Batista ficarão com 6 bilhões em créditos que a Eletrobrás tem junto à distribuidora. A regra contratual só pode ser acionada caso haja nova mudança no comando da companhia amazonense.
A troca na gestão da Amazonas Energia é um problema que a Eletrobras tenta resolver desde que foi privatizada, para poder receber os 10 bilhões de reais em dívidas que a distribuidora acumula desde 2019. A Âmbar, ao comprar o controle da Amazonas Energia, garante contratos da empresa com usinas térmicas adquiridas em junho deste ano da ex-estatal.
Os Batista compraram as térmicas a gás natural da Eletrobrás por 4,7 bilhões de reais. Onze delas atendem a Amazonas Energia.
Leia o relatório da Aneel:
Rede social informa ao STF que pagou multas de 28 milhões de reais e aguarda o desbloqueio no Brasil
Leia MaisDias Toffoli permite que Rio de Janeiro negocie a dívida com a União pela terceira vez, sem pagar
Leia MaisNo embate entre os outsiders José Luiz Datena e Pablo Marçal em SP, o novo populismo é o vencedor
Leia MaisCade deve aplicar multa ao Itaú por práticas anticoncorrenciais da empresa de pagamentos do banco
Leia MaisJustiça determina que ANEEL aprove transferência da Amazonas Energia para o grupo J&F
Leia MaisApós decidir em favor da Aneel e receber novo recurso, relator do caso Amazonas Energia sai do caso.
Leia MaisCid Moreira morre aos 97 anos e deixa legado no Jornal Nacional e na narração de passagens bíblicas.
Leia MaisOperadoras proíbem pagamento de apostas online com cartões de crédito a partir de hoje
Leia MaisComo em 2018 e 2022, pesquisas e trackings divergem nas intenções de voto da eleição em São Paulo
Leia MaisInterlocutor da empresa com políticos já foi denunciado por fraude na comercialização de combustível
Leia MaisAliados de Ricardo Nunes agradecem, mas preferem que ex-presidente não entre na campanha agora
Leia MaisJustiça aceita recuperação judicial da AgroGalaxy e define novos administradores para o grupo
Leia MaisTurma do STJ decide que fundações de direito privado não têm direito ao recurso contra falência
Leia MaisCaixa decide lançar nova consulta pública para operação de microcrédito, em derrota para grupo do PP
Leia MaisEmbaixada do Irã no Brasil prepara cerimônia em homenagem ao líder do Hezbollah.
Leia Mais