Falta habilidade, sobra incentivo

Brenno Grillo
Publicada em 29/08/2024 às 21:34
Âmbar destacou sua experiência em gerar de energia, mas não convenceu os técnicos da Aneel. Foto: Marcelo Justo/Folhapress

Relatório elaborado pela área técnica da Aneel constatou que a Âmbar enfrentará sérias dificuldades caso assuma o controle da Amazonas Energia. A análise concluída na quarta-feira (28) lista ressalvas sobre a transferência da gestão da companhia para o grupo J&F.

Uma das preocupações dos técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica é com a falta de experiência dos irmãos Joesley e Wesley Batista na distribuição de energia elétrica. O documento, ao qual o Bastidor também teve acesso, foi divulgado nesta quinta-feira (29) pelo Estadão.

A Âmbar tentou mostrar que conseguirá melhorar os serviços da distribuidora amazonense citando capacidade de gerar de energia - que está atualmente 2,5 GW, distribuídos em 4 bilhões de reais em ativos, como usinas térmicas. Mas a potência dos Batista não convenceu os técnicos da autarquia, por se tratarem de atividades diferentes.

Outro problema diagnosticado pelos servidores da Aneel foram as flexibilizações nos custos e nas metas de controle propostas pela Âmbar. Estudos feitos com base em resultados de outras distribuidoras de energia que mudaram de dono mostraram que o custo aos consumidores será de, ao menos, 3,37 bilhões de reais nos próximos 15 anos.

O montante bilionário contabiliza repasses de custos operacionais, mas há mudanças de cálculo que ajudariam a Âmbar a ter que arcar com menos peso regulatório do que seus concorrentes. O motivo apresentado pela empresa dos Batista é o tamanho da dívida que assumirá em nome da Amazonas Energia: 10 bilhões de reais.

Esse valor será pago com ativos do grupo J&F. A proposta também prevê um aporte de 38 bilhões até o fim de 2026. Em contrapartida a todos esses gastos, Joesley e Wesley Batista ficarão com 6 bilhões em créditos que a Eletrobrás tem junto à distribuidora. A regra contratual só pode ser acionada caso haja nova mudança no comando da companhia amazonense.

A troca na gestão da Amazonas Energia é um problema que a Eletrobras tenta resolver desde que foi privatizada, para poder receber os 10 bilhões de reais em dívidas que a distribuidora acumula desde 2019. A Âmbar, ao comprar o controle da Amazonas Energia, garante contratos da empresa com usinas térmicas adquiridas em junho deste ano da ex-estatal.

Os Batista compraram as térmicas a gás natural da Eletrobrás por 4,7 bilhões de reais. Onze delas atendem a Amazonas Energia.

Leia o relatório da Aneel:

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