Posse de ditador

Redação
Publicada em 10/01/2025 às 16:18
Maduro assumiu hoje seu terceiro mandato, que terá duração de 6 anos Foto: Flickr/Venezuela

Isolado e ignorado pela comunidade internacional, Nicolás Maduro tomou posse nesta sexta-feira (10) para seu terceiro mandato consecutivo como presidente da Venezuela. O ditador assume sem o reconhecimento de diversos países e organizações internacionais por suspeita de fraude na eleição de julho de 2024.

Horas antes da posse, ruas de Caracas foram bloqueadas e a fronteira com a Colômbia foi fechada. O governo também mobilizou centenas de agentes para conter protestos e acusou opositores de conspiração com apoio de forças estrangeiras.

A cerimônia começou antes do horário previsto. Apenas os presidentes da Nicarágua, Daniel Ortega e de Cuba, Miguel Díaz-Canel, ambos ditaduras, compareceram. China e Rússia, que sustentam Maduro, enviaram representantes. O Brasil foi representado pela embaixadora na Venezuela, Gilvânia Maria de Oliveira.

Maduro governa a Venezuela desde 2013 e ficará por mais 6 anos no poder. Sua posse foi realizada um dia após protestos. A líder da oposição, María Corina Machado, que estava escondida desde agosto, participou das manifestações e foi detida por forças de segurança. Segundo sua equipe, ela foi obrigada a gravar vídeos enquanto estave detida e depois foi liberada.

O presidente Lula reduziu ao seu contato com Maduro, a quem favoreceu por anos. A presença apenas da embaixadora em Caracas na posse é um sinal do resfriamento das relações, mas o Brasil se mantém em cima do muro: ainda exige a publicação de atas - que nunca virão -, mas não declara oficialmente não reconhecer a vitória de Maduro.

Líderes na América Latina têm endurecido o discurso contra Maduro. Gustavo Petro, presidente da Colômbia, acusou o regime de violar direitos humanos e desrespeitar o processo eleitoral, mas evitou romper relações diplomáticas. Gabriel Boric, presidente do Chile, retirou o embaixador de Caracas.

A oposição diz que Edmundo González, substituto de Machado nas eleições e exilado na Espanha, venceu com 70% dos votos. No entanto, a autoridade eleitoral declarou Maduro como vencedor com mais de 50% dos votos, mas até agora não apresentou as atas.

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