O investimento no "escândalo das inserções"
Foi Fábio Wajngarten quem apareceu na campanha, na semana passada, com a suposta auditoria sobre as inserções de rádio em que a propaganda de Jair Bolsonaro teria deixado de ser veiculada por rádios do Nordeste.
Disse que toda a sua experiência era com o monitoramento de inserções comerciais de seus clientes e que havia descoberto um desequilíbrio na veiculação das propagandas de seu chefe e as de Lula.
A campanha, naquele momento, buscava ideias jurídicas para recorrer da decisão, depois revista, do Tribunal Superior Eleitoral que dava a Lula 164 inserções a mais nesta última semana pré-eleição por conta de direito de resposta.
Wajngarten sacou, então, seu relatório. Ninguém deu muita ideia. Ele foi falar com Carlos Bolsonaro, que enxergou o potencial “explosivo” da informação.
Somente depois da conversa com o filho zero dois do presidente é que o documento de Fábio Wajngarten ganhou maior importância e a atenção de seu ex-chefe, o ministro Fábio Faria (Comunicações).
Ambos fizeram uma coletiva de imprensa, na noite de segunda-feira, 24, para apresentar a denúncia.
Jair Bolsonaro gostou da informação que seu auxiliar lhe trouxera e, atendendo a Carlos, achou que a suposta auditoria merecia atenção especial, para além da disputa por direito de resposta a fake news.
Seria, na opinião do presidente, “mais uma prova” de que o TSE favorece seu adversário e que há um complô da justiça eleitoral contra a sua reeleição.
Não é unânime dentro da campanha a ideia de que o investimento em novas “auditorias” e no “escândalo das inserções” resultaria em voto. Faria apenas eco entre convertidos. Valdemar Costa Neto e Ciro Nogueira, como informou o Bastidor, veem a estratégia com ceticismo. Foram derrotados.
Bolsonaro quer investir no assunto. Na manhã desta quarta-feira, 26, durante sua passagem por Minas Gerais, afirmou: “Vocês estão acompanhando as inserções do nosso partido que não foram passadas em dezenas e milhares de rádios pelo Brasil. Sou vítima mais uma vez. Onde poderia chegar às nossas propostas, nada chegou”.
E acrescentou: “Aí tem dedo do PT. Não tem coisa errada no Brasil que não tenha dedo do PT. O que foi feito por nós, pela nossa equipe técnica, é [possível ver] interferência, e manipulação de resultado. Eleições tem que ser respeitadas, mas, lamentavelmente, PT e TSE têm muito que se explicar nesse caso”.
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