Não é mais só Bolsonaro
Como já se anunciava, o segundo turno da eleição municipal neste domingo (27) foi ruim para o presidente Lula: apenas um candidato do PT venceu em capitais - Evandro Leitão, em Fortaleza. Mas o ex-presidente Jair Bolsonaro teve um dia especialmente ruim. Seus candidatos perderam em Fortaleza, Belo Horizonte, Goiânia, Manaus, Belém e Curitiba. O PT nem foi seu maior problema; o problema é que Bolsonaro perdeu para a própria direita.
Bolsonaro entrou na campanha em busca de força política para o futuro, para aprovar pautas de seu interesse como uma anistia para si e para os golpistas de 8 de janeiro, e para se manter como líder inconteste da direita. Seu objetivo é poder ser candidato em 2026 e não ser preso. Para isso, Bolsonaro teria de sair da eleição municipal como grande eleitor e líder único da direita. Não aconteceu assim.
A principal derrota ocorreu em Goiânia. Bolsonaro foi até votar com o candidato Fred Rodrigues, do PL, neste domingo. Mas Fred acabou derrotado por Sandro Mabel, do União Brasil, candidato do governador Ronaldo Caiado. A questão aqui é que Bolsonaro se empenhou, fez comícios na cidade e até ofendeu Caiado, mas perdeu.
Bolsonaro se esforçou para bloquear Caiado, que quer ser candidato a presidente em 2026, contra Tarcísio de Freitas, seu escolhido. Caiado tem pouquíssimas chances de fazer sombra a Tarcísio. Mas sua vitória mostra que Bolsonaro não é mais um monopolista da direita e não pode ditar tudo.
Em Belo Horizonte, o candidato bolsonarista, Bruno Engler, do PL, perdeu para o prefeito Fuad Noman, do PSD. Em Manaus, o candidato de Bolsonaro, Capitão Alberto Neto, do PL, perdeu para o prefeito David Almeida (Avante).
Em Curitiba, o PL indicou a vice do candidato Eduardo Pimentel, do PSD, que acabou eleito, mas Bolsonaro ficou do lado oposto, com a candidata Cristina Graeml, do PMB, que fez discurso negacionista e perdeu. Em Fortaleza, o bolsonarista André Fernandes, do PL, que relativizou o número de feminicídios, perdeu para o petista Evandro Leitão.
Em João Pessoa, o ex-ministro da Saúde de Bolsonaro Marcelo Queiroga, do PL, perdeu para o prefeito Cícero Lucena, do PP. Em Belém, o delegado Éder Mauro, do PL, perdeu para Igor Normando, do MDB. Bolsonaro teve uma vitória em Cuiabá: o prefeito Abilio Brunini, do PL, venceu o petista Lúdio Cabral (PT).
Bolsonaro também deixou de vencer. A reeleição de Ricardo Nunes, do MDB, em São Paulo, foi uma vitória do governador Tarcísio de Freitas. Bolsonaro se manteve longe da campanha. Chegou a dizer que Nunes não era o candidato dos seus sonhos, flertou com Pablo Marçal e só veio, a contragosto, a um evento no segundo turno.
A eleição municipal não esgota as chances de Jair Bolsonaro de buscar sobrevivência política. Mas sua liderança sobre a direita não é mais exclusiva. Existem políticos tradicionais, como Caiado, e existem candidatos a político como o influencer Pablo Marçal. O eleitorado que não gosta do PT tem outras opções além de Bolsonaro e o que ele quer.
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