Mesmo que feche contratos, Brasil vai esperar meses por vacinas
A recusa calamitosa de Jair Bolsonaro e de Eduardo Pazuello em negociar e comprar vacinas de qualidade custou - e seguirá custando - incontáveis vidas. Hoje, o ministro da Saúde disse a prefeitos que finalmente comprará os imunizantes da Pfizer e da Johnson & Johnson.
O anúncio não significa que os contratos serão fechados. As duas empresas ainda aguardam contato. O comportamento do governo Bolsonaro na pandemia recomenda que não se acredite em anúncios, apenas no Diário Oficial. Até que o Ministério da Saúde publique os extratos de contratos no D.O., portanto, o anúncio é apenas intenção.
Graças à lentidão inexplicável do governo, o Brasil, mesmo que assine urgentemente contrato com a Pfizer, começará a receber a vacina somente em junho - entre oito e dez milhões de doses, na proposta atual. O restante, cerca de noventa milhões de doses, viria somente no segundo semestre, sobretudo no final do ano.
A vacina da Pfizer é a única com registro na Anvisa. A J&J deve obter autorização para uso emergencial na agência em breve - a farmacêutica, porém, só terá condições de entregar doses no Brasil no final deste semestre.
Por outro lado, as negociações do governo federal para obter vacinas ainda sem garantia de segurança e eficácia estão bem mais adiantadas. O Ministério da Saúde já assinou contrato de R$ 1,6 bilhão para obter vinte milhões de doses da indiana Covaxin - que, frise-se novamente, não dispõe de qualquer avaliação sanitária de referência. Ainda que a controversa Precisa Medicamentos cumpra um cronograma que ignora a análise da Anvisa, o Brasil receberá oito milhões de doses em março.
O time de Pazuello também está prestes a fechar contrato com a União Química, que representa o governo russo na venda da Sputnik - outra vacina que ainda não dispõe de aprovação sanitária séria. Segundo o cronograma dos russos, o Brasil receberia 400 mil doses em março e dois milhões em abril. (O governo russo está atrasando a entrega da Spunitk aos países que toparam fazer negócio.)
Ainda que se desconsidere a qualidade das vacinas e a regularidade dos contratos, o problema é acreditar no cronograma preparado pelo Ministério da Saúde. A pasta já descumpriu prazos para importar insumos necessários ao envase da Coronavac e da vacina da AstraZeneca em parceria com a Fiocruz.
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