Mensalão x canibalismo
O Tribunal Superior Eleitoral inicia nesta quinta-feira (13) os julgamentos de processos envolvendo a campanha eleitoral no segundo turno. Estão na pauta três processos que pedem a retirada de materiais aos quais os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro dizem estar descontextualizados.
O primeiro caso é um pedido de Lula para que a editora Brasil Paralelo retire do ar um vídeo que associa a imagem do ex-presidente ao processo do mensalão, caso de corrupção envolvendo o governo dele, que fui julgado na ação penal 470, pelo Supremo Tribunal Federal.
Lula diz no processo que não foi réu naquela ocasião, tampouco citado nas investigações, embora o processo tenha mostrado que o caso tinha como objetivo beneficiar seu governo.
O ministro Paulo de Tarso Sanseverino já analisou o caso e decidiu, monocraticamente, que não cabia a remoção do vídeo, pois ele não é totalmente inverídico, conforme prevê a jurisprudência do TSE sobre o tema.
O segundo caso na pauta é sobre Jair Bolsonaro. O candidato à reeleição pede que a coligação de Lula seja obrigada a remover um vídeo de uma entrevista antiga, em que o presidente diz ter sido convidado para comer carne humana, em uma cerimônia religiosa de uma comunidade indígena.
Bolsonaro afirma que o trecho do vídeo divulgado pela campanha de Lula o liga à prática de canibalismo. No entanto, o presidente afirma que estava contando sobre uma situação específica que presenciou e que se tratava de uma prática religiosa. Diz também que não chegou a consumir a carne humana, como proposto pelos indígenas.
Sanseverino também é o relator desse caso e determinou a remoção do conteúdo, por considerar que, neste caso, a fala está descontextualizada e promove uma mentira a respeito do candidato.
A sessão deve acabar com outro caso relacionado à campanha de Lula. O ex-presidente também pediu a remoção de todo o conteúdo do canal Lulaflix, no YouTube. Segundo sua campanha, a página traz apenas vídeos críticos e descontextualizados sobre o petista, tratando-se de campanha irregular. Os advogados de Lula classificaram o site como "um buffet de fake news".
Apesar desses argumentos, a ministra Maria Claudia Bucchianieri rejeitou o pedido, afirmando que não era possível excluir toda a página de uma vez só. Segundo ela, caberia aos advogados de Lula determinarem quais vídeos poderiam infringir diretamente a jurisprudência da corte e pedir a remoção específica de tais conteúdos.
Todos os casos deverão ser analisados pelo plenário, que poderá manter ou derrubar as decisões dos ministros. Os demais magistrados ainda podem alterar as punições para eventuais descumprimentos, aumentando ou diminuindo multas impostas, se for o caso.
Corretora obtém liminar para barrar publicação de conteúdo contra um de seus produtos
Leia MaisRede de varejo consegue abater 500 milhões de reais em dívida de 865 milhões de reais com União
Leia MaisAlcolumbre diz a Lula qual o preço do apoio do Congresso ao governo: as cabeças de Rui e Haddad
Leia MaisMPF pede que Justiça Federal suspenda oferta de blocos petrolíferos da foz do rio Amazonas
Leia MaisPesquisa encomendada pela Secom mostra que crise do INSS e segurança são os problemas de Lula
Leia MaisMinistro dá 24h para Meta fornecer dados de perfil que Mauro Cid pode ter usado no Instagram
Leia MaisTCU barra concorrência de R$ 353 milhões no Banco do Nordeste por risco de favorecimento
Leia MaisPSDB e Podemos desistem da fusão por divergências na direção do novo partido que seria criado
Leia MaisViagem de família para os EUA no fim de maio e movimento de Machado alertaram PF sobre possível fuga
Leia MaisMPF entra ação civil pública contra projeto de extração de madeira viabilizado por Alcolumbre
Leia MaisSTF emite e revoga mandado de prisão contra delator, suspeito de tentativa de fuga para Portugal
Leia MaisNegócios suspeitos de família
PF investiga contratos do marido de deputada Elcione Barbalho com governo de seu filho no Pará
Leia MaisAlexandre Moraes vota por responsabilizar big techs por discurso de ódio e ataques à democracia
Leia MaisSTJ dá isenção de custas judiciais a magistrado do TJDFT que ganha 50 mil reais mensais, em média
Leia MaisGoverno aciona STF para ressarcir fraudes no INSS fora do teto de gastos e sem aval do Congresso
Leia Mais