Caso Covaxin: técnicos da Saúde recomendam rescisão de contrato com empresa de lobista

Diego Escosteguy
Publicada em 24/06/2021 às 15:27
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Em reunião há pouco (quinta à tarde), técnicos do Ministério da Saúde recomendaram à cúpula da pasta que rescinda o contrato firmado com a Precisa Medicamentos para a compra da vacina Covaxin. Assinado em fevereiro, o contrato de US$ 300 milhões prevê a aquisição de 20 milhões de doses do imunizante. A CPI da Pandemia, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União investigam suspeitas de corrupção na compra.

Na avaliação de servidores de duas áreas diferentes que foram consultados sobre a situação, o distrato seria relativamente simples. A intermediária Precisa, do lobista Max, não cumpriu o cronograma de entrega das vacinas previsto em contrato. Também não obteve autorização emergencial junto à Anvisa - o uso limitado e provisório estabelecido recentemente pela agência não atende às necessidades do Programa Nacional de Imunizações.

Essas justificativas permitiriam a rescisão sem que haja reconhecimento de que existiram irregularidades no processo de compra e na assinatura do contrato. A ordem do Planalto é se livrar da Covaxin sem que a oposição possa argumentar que o governo capitulou perante suspeitas de corrupção.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi orientado a entregar uma solução que não exponha ainda mais o governo. A posição dos técnicos oferece essa saída.

Queiroga sabe que apenas repetir que não houve pagamento à Precisa ou à Bharat Biotech, fabricante indiana da Covaxin, é insuficiente para aplacar a crise. Enquanto o contrato estiver em vigor, a crise também estará em vigor.

Os operadores do lobista Max - investigado por corrupção e lavagem de dinheiro perante o Supremo - pediram que um pagamento adiantado de US$ 45 milhões fosse feito à offshore Madison Biotech, de Cingapura. Um servidor da pasta se recusou; a Precisa alegou depois "erro material" na emissão do invoice.

Como o Bastidor revelou ontem, a Madison é uma empresa de fachada, controlada formalmente por uma empresa de vacina de gado e por executivos da Bharat Biotech. Não se trata de uma subsidiária legal da fabricante indiana em Cingapura, um paraíso fiscal.

Zanin garante que municípios com até 156 mil habitantes paguem alíquota previdenciária de 20% .

Leia Mais

Procuradoria defende que STF rejeite recurso do ex-presidente contra inelegibilidade

Leia Mais

Dinheiro resolve

25/04/2024 às 08:44

Governo se comprometeu a pagar 11 bilhões em emendas até abril. Não foi o que ocorreu

Leia Mais

Eleição no Superior Tribunal de Justiça serviu para criticar trabalho virtual de ministros

Leia Mais

Deputados aprovam convite para diretores após caso revelado pelo Bastidor sobre royalties

Leia Mais

A articulação política do governo trabalha para que a sessão seja adiada para o mês que vem

Leia Mais

Ainda sob risco

24/04/2024 às 07:00

A sobrevida no comando da Petrobras não significa que a pressão sobre Prates tenha diminuído

Leia Mais

PGR pediu à PF que investigue mais a falsificação da carteira de vacinação de Bolsonaro

Leia Mais

Duas vereadoras do PL são apontados como favoritas a formar a chapa com Ricardo Nunes em São Paulo

Leia Mais

O drible da PGR

23/04/2024 às 12:42

Denúncia contra Zambelli por divulgação de falsa prisão de Moraes coloca Judiciário como vítima

Leia Mais

Fim da aclamação

23/04/2024 às 12:00

Eleição de Salomão a vice-presidente provoca mudança no sistema de eleições do STJ

Leia Mais

Chances de indicação de um bolsonarista raiz para a vaga de vice caíram consideravelmente

Leia Mais

TST colocou o presidente Lula em uma intrincada escolha para o novo ministro

Leia Mais

Manifestação em defesa de Jair Bolsonaro é - e será - comício do PL para eleição municipal

Leia Mais

Defesas de empreiteiras contam com prorrogação de prazo para renegociar acordos de leniência

Leia Mais