A laranja podre
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, causou mais uma polêmica nesta sexta-feira (24), ao tentar explicar a jornalistas os motivos da alta nos preços dos alimentos. Ao citar o aumento no valor da laranja, contribuiu para piorar a percepção do público sobre como o governo enfrenta o problema da inflação. Resolveu falar sem ter, aparentemente, o que dizer.
Costa dizia que o aumento nos preços se deve às cotações internacionais das commodities ligadas ao agronegócio. Sobre as laranjas, lembrou que houve uma quebra de safra nos Estados Unidos, o que pressionou os valores em todo o mundo. Para finalizar, sentenciou: "Em vez de laranja, [coma] outra fruta".
Uma das promessas de campanha de Lula era baixar consideravelmente o preço dos alimentos, algo que influenciou diretamente na derrota de Jair Bolsonaro, em 2022. Por isso, a reação negativa foi considerável.
A entrevista pretendia acabar com uma possível crise de comunicação, tal como aconteceu com as novas normas do Pix, que depois foram revogadas.
A estratégia faz parte de um novo ciclo na forma como o governo anuncia as medidas que pretende tomar. Nos últimos dias, desde que Sidônio Palmeira assumiu a Secretaria de Comunicação, é possível ver o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparecendo em mais vídeos nas redes sociais e adotando um tom descontraído.
Do ponto de vista prático, a coletiva de Rui Costa não apresentou soluções práticas. O ministro anunciou apenas que o governo está estudando quais medidas irá tomar e citou que há a possibilidade de reduzir impostos da cesta básica, já que há um pedido expresso do presidente para atuar diretamente nessa área.
Para Costa, a solução deverá passar por conversas entre o setor público e o privado, desde o agronegócio, que produz os alimentos, até o supermercadista, responsável pela distribuição final à população.
A única parte positiva da entrevista de Costa foi o aviso de que o governo não deverá adotar medidas "heterodoxas", como o congelamento ou tabelamento de preços. A ideia chegou a circular em grupos do mercado financeiro e gerou apreensão, mas o ministro disse que isso não será sequer cogitado.
Apesar da previsão de uma possível alta – que já acontece em vários produtos – para os próximos meses, o governo também conta com a expectativa de uma safra recorde de grãos no país, o que poderá reduzir a pressão de parte dos preços, mas o impacto real ainda é incerto.
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