Temer vendeu influência que não detém junto a Moraes
Michel Temer não detém - mas nem de longe - a influência junto a Alexandre de Moraes que os relatos públicos dos episódios de ontem sugerem. O ex-presidente tem interlocução com o ministro, a quem indicou ao Supremo, mas não detém capacidade de afetar decisões que Moraes possa ou não tomar. Isso inclui os inquéritos que miram Bolsonaro e a família dele.
Temer, que hoje também atua como lobista, articulou a conversa rápida entre Bolsonaro e Moraes, assim como a nota oficial do presidente ontem. Mas esses fatos não significam "pacificação" - palavra que o ex-presidente mais usa - entre as duas partes.
Bolsonaro percebeu que lhe seria útil a possível aproximação tática com Moraes - e Moraes não poderia declinar um telefonema de Temer.
Em razão das falas de Temer e das ações em redes sociais de sua assessoria, o gesto articulado por ele ganhou dimensão política de um grande acordo entre Bolsonaro e Moraes. Fora das redes sociais, isso não existiu. O ministro ficou inconformado com a percepção de que esse acordão ocorrera. Disse a interlocutores que foi usado.
O presidente manterá sua estratégia de confronto permanente com o Supremo, em particular com Moraes e Barroso. Voltará à carga assim que o ambiente lhe for mais favorável.
Moraes, por sua vez, seguirá tocando os inquéritos que preside sem mudar sua postura.
Ambos sabiam disso antes da ligação. Seguem cientes do óbvio.
Temer ganhou capital político e força junto a seus clientes. E deu curso ao projeto de longo prazo de reabilitar sua imagem e melhorar sua reputação, que quase foram destruídas por escândalos de corrupção.
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