Ruim para Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Braga Netto foram os réus mais prejudicados pelo que disse em depoimento nesta segunda-feira (9) o tenente-coronel Mauro Cid, o primeiro dos réus a falar diante da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.
Todos os sete réus do núcleo 1 da trama golpista vão depor nesta semana. Bolsonaro será o sexto a falar. Os depoimentos são conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Sobre Bolsonaro, Mauro Cid disse o seguinte:
- Confirmou que o então presidente não apenas soube da minuta do golpe - documento que previa fechamento do Tribunal Superior Eleitoral e prisões -, como participou da sua elaboração e mandou cortar partes do texto
- Repetiu que houve reuniões no governo para apresentar o plano para barrar a posse do presidente eleito, Lula
- Confirmou a presença de Bolsonaro na reunião em que os considerandos da minuta foram apresentados na Biblioteca do Palácio do Planalto
- Afirmou que Bolsonaro buscava insistentemente encontrar uma fraude nas urnas eletrônicas para justificar uma ação das Forças Armadas
- Disse que Bolsonaro não queria que seus apoiadores saíssem dos acampamentos montados na frente dos quartéis
- Afirmou que Bolsonaro fez pressão para que o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, adiasse a conclusão do relatório das Forças Armadas sobre o sistema eleitoral. Seu objetivo era usar o documento para melar a eleição com o apoio dos militares
Sobre Braga Netto, Cid disse:
- Braga Netto fazia a ligação entre Bolsonaro e os golpistas que estavam diante dos quartéis
- Afirmou que Braga Netto fazia também a ligação com os empresários que financiavam as ações golpistas, como os acampamentos
- Repetiu várias vezes que Braga Netto entregou dinheiro em uma caixa de vinho para ajudar financiar as manifestações nos quarteis
- Afirmou que não sabe se Braga Netto discutiu o Punhal Verde e Amarelo - operação que previa matar o presidente eleito Lula e o vice Geraldo Alckmin -, mas que se encontrou com com militares envolvidos no plano
- Fez pressão para que Bolsonaro substituísse o então comandante-geral do Exército, general Freire Gomes, que era contrário ao golpe.
Único delator nas ações que tratam da trama golpista, Mauro Cid caiu em algumas contradições. Em uma delas, negou ter visto Bolsonaro assinar a minuta que previa a instauração do golpe, mas disse que o ex-presidente ajudou a editar o documento.
Questionado pelos advogados dos outros réus, Cid refutou várias vezes saber ou se lembrar de detalhes das reuniões e dos encontros que teriam antecedido a tentativa de golpe.
Apesar do clima tenso entre os réus, houve cordialidade entre todos diante de Mauro Cid. Ele bateu continência aos generais e cumprimentou a todos, inclusive Bolsonaro. Por ordem de Moraes, os réus não podem se comunicar entre si.
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