No banco do golpe
Jair Bolsonaro será interrogado nesta semana pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que examina se o ex-presidente liderou uma tentativa de golpe para permanecer no poder após a derrota eleitoral. É a primeira vez que ele responde, como réu, a perguntas diretas do Supremo — passo decisivo que fecha a fase de produção de provas antes das alegações finais.
A semana inteira foi reservada para ouvir os oito acusados do chamado “núcleo crucial”. Mauro Cid abre a fila; depois vêm Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, o próprio Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e, por videoconferência, Walter Braga Netto, preso desde dezembro. Todos devem comparecer presencialmente ao STF, com direito constitucional ao silêncio, mas a defesa de Bolsonaro indica que ele falará.
O interrogatório chega após duas semanas intensas em que a Primeira Turma ouviu 52 testemunhas — cinco da Procuradoria-Geral da República e 47 das defesas.
A PGR fragmentou a acusação em quatro núcleos. O institucional reúne Bolsonaro e auxiliares civis e militares de topo; o operacional mira ex-assessores que teriam acionado a máquina pública, como o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques; o estratégico (ou “tático”) envolve oficiais que discutiram o uso de força para anular a eleição; e o núcleo da desinformação identifica a ala encarregada de espalhar ataques virtuais às instituições.
Três desses blocos já viraram ações penais. A Turma tornou réus os denunciados do núcleo operacional em abril, do núcleo da desinformação em maio e aceitou integralmente a denúncia contra Bolsonaro e aliados em março; o julgamento do núcleo estratégico começou em 20 de maio.
As defesas negam qualquer plano viável de ruptura, sustentam que a acusação junta fatos desconexos e voltam a pedir que o caso seja deslocado para o plenário do STF, alegando nulidades e parcialidade do relator.
Moraes tem imposto cronograma apertado — marcou interrogatórios logo após concluir as oitivas e costuma cortar digressões. Concluída a etapa de depoimentos, PGR e defesas apresentarão alegações finais. A expectativa interna no Supremo é levar o processo a julgamento ainda em 2025, mantendo a prioridade dada às investigações do 8 de janeiro.
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