PF indicia Ciro Nogueira por corrupção passiva

Samuel Nunes
Publicada em 08/04/2022 às 20:58
Homem forte do governo Bolsonaro articulou apoio do PP ao governo de Dilma Rousseff Foto: Fotoarena/Folhapress

Um dos ministros mais poderosos do governo Jair Bolsonaro foi indiciado nesta sexta-feira (8) pela Polícia Federal por corrupção. Ciro Nogueira é suspeito de intermediar o pagamento de propinas ao PP, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. A quantia, segundo a investigação, foi paga pela JBS, empresa dos irmãos Wesley e Joesley Batista.

Segundo a investigação, foram negociados repasses em duas oportunidades. A primeira parte foi efetuada em 2014, para que o partido aderisse à base de apoio de Dilma, que tentava a reeleição. À época, a empresa realizou uma série de doações oficiais ao PP e repassou outros R$ 5 milhões diretamente a Ciro, por intermédio de uma empresa do irmão dele, Gustavo Nogueira.

“Parte da vantagem indevida foi encaminhada ao Partido Progressista, por determinação de CIRO NOGUEIRA LIMA FILHO, por intermédio de doação eleitoral oficial, como consta nos recibos da prestação de campanha. Outra parte, cerca de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) foi repassado em espécie, por intermédio do Supermercado COMERCIAL CARVALHO, para GUSTAVO ESILVA NOGUEIRA LIMA, irmão de CIRO NOGUEIRA, que se incumbiu da tarefa de pegar o dinheiro e repassar para CIRO NOGUEIRA”, diz o relatório. 

A segunda parte do esquema foi negociada em 2016, quando o impeachment de Dilma já era discutido no Congresso. Joesley Batista ofereceu R$ 8 milhões a Ciro Nogueira, para que ele adiasse uma reunião do PP, que definiria o desembarque do partido da base de apoio do governo. Se a legenda tivesse se mantido unida em torno da petista, dificilmente teria perdido o mandato, dada a influência que possui entre o baixo clero e o centrão na Câmara.

O dinheiro seria pago em parcelas de R$ 500 mil, em espécie. A polícia diz que primeira delas chegou a ser paga, no dia 17 de março de 2017, na casa de Joesley Batista. Uma mala contendo a quantia foi entregue pelo ex-executivo da empresa Ricardo Saud. 

“RICARDO SAUD foi a pessoa que colocou a mala contendo os R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) em espécie, no carro de CIRO NOGUEIRA LIMA FILHO”, afirma o relatório da Polícia Federal.

Em nota, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa Ciro Nogueira nesse caso, afirmou que estranha o relatório, já que as acusações, diz, são baseadas somente em delações premiadas.

O relatório deve ser encaminhado pelo STF à Procuradoria-Geral da República, que irá decidir se abre um processo contra Ciro Nogueira e os demais indiciados ou se pede o arquivamento do caso.

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