Muda de novo

Karen Couto
Publicada em 05/03/2025 às 16:22
Gilmar Mendes é o relator dos casos que podem mudar o entendimento sobre o foro privilegiádo Foto: Andressa Anholete/STF

O Supremo Tribunal Federal está prestes a mudar mais uma vez o entendimento sobre a aplicação do foro privilegiado. Se a nova tese for confirmada, políticos e autoridades continuarão sendo julgados pelo Supremo por crimes cometidos no exercício do cargo, mesmo depois de deixá-lo. Com isso, a Corte amplia novamente o alcance do foro privilegiado, que abrange presidente, vice-presidente, ministros, parlamentares e integrantes de tribunais superiores e tribunais de contas.

A mudança reverte uma regra adotada em 2018, que determinava a baixa do processo para as primeiras instâncias quando a autoridade deixasse de ocupar o cargo com prerrogativa. A regra hoje vigente tem uma exceção: se a instrução (fase de coleta de provas) já estiver concluída, o processo segue no STF.

O julgamento, relatado pelo ministro Gilmar Mendes, ocorre no plenário virtual e deve terminar em 11 de março. Seis ministros já votaram com Gilmar e a favor da mudança: Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luís Roberto Barroso e Kassio Nunes Marques. Eles entendem que a regra atual permite que as partes manipulem o sistema ao renunciar ou não se recandidatar, escolhendo assim quem vai julgá-los.

Os ministros André Mendonça e Edson Fachin discordam. Para eles, o foro especial só deve valer enquanto o político ou autoridade estiver no cargo, respeitando o princípio do juiz natural e evitando privilégios. Mendonça destacou que o foro protege a função, e não a pessoa, e que manter o julgamento no STF mesmo após o fim do mandato contraria decisões anteriores da própria Corte.

O caso que levou à revisão do tema envolve o senador Zequinha Marinho (Podemos do Pará), que quer transferir para o STF uma ação penal sobre rachadinhas quando era deputado. Outra ação envolve a ex-senadora Rose de Freitas (MDB do Espirto Santo), investigada por corrupção e lavagem de dinheiro.

Em seu voto, Gilmar Mendes propõe que a nova regra entre em vigor imediatamente, sem alterar atos já praticados. Ele argumenta que isso trará mais estabilidade ao sistema e evitará manobras que atrasam processos até a prescrição.

O resultado desse julgamento afetará a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Corte, mas sem alterar sua situação principal. As investigações mais graves – como o caso das joias, a tentativa de golpe de Estado, as milícias digitais e a disseminação de fake news – permanecem no Supremo por conexão com outros investigados que mantêm foro privilegiado.

Já os processos menores, que foram remetidos à primeira instância após Bolsonaro deixar a presidência, devem voltar ao Supremo. Isso inclui queixas-crimes por falas de Bolsonaro, como a ação de Randolfe Rodrigues (PT do Amapá) por difamação e a de Dilma Rousseff por ofensa à Comissão da Verdade.

Os ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia ainda não votaram. Se nenhum deles pedir destaque, a nova regra passa a valer automaticamente após o fim da sessão virtual.

Leia a íntegra do voto de Gilmar Mendes:

ONG denuncia Brasil à OEA por desmonte das políticas de combate à corrupção e cita Toffoli

Leia Mais

Pix mais seguro

06/03/2025 às 16:19

Banco Central muda regras para que bancos excluam chaves de usuários com restrições na Receita.

Leia Mais

Moraes arquiva ação contra o governador do Distrito Federal pelo 8 de janeiro

Leia Mais

Lula promulga acordo militar entre o Brasil e o Canadá, em meio ao tarifaço dos EUA a ambos.

Leia Mais

Cana na lua

03/03/2025 às 14:07

Eike lança criptomoeda e promete produzir uma super cana para fazer etanol e combustível sustentável

Leia Mais

Menos de 1% dos celulares brasileiros estão usando app para evitar roubos e furtos.

Leia Mais

Gleisi ministra

28/02/2025 às 13:35

Lula escolhe deputada para comandar a Secretaria de Relações Institucionais do governo

Leia Mais

Eletrobras aceita ceder mais espaço para a União em seus conselhos de administração e fiscal.

Leia Mais

Empresa suspeita de ligação com o PCC contrata advogado de um dos maiores escritórios do país

Leia Mais

Ministro Zanin do STF diz não haver razões para se declarar impedido de julgar Jair Bolsonaro

Leia Mais

Gilmar Mendes nega dois recursos do MP do Rio para voltar a investigar caso das rachadinhas

Leia Mais

O cerco a Broedel

27/02/2025 às 13:18

O ex-diretor financeiro do Itaú Alexsandro Broedel está na mira do MPF e da PF

Leia Mais

Edilene Lôbo pensa em vaga na corte superior militar por saber que não será reconduzida na eleitoral

Leia Mais

Justiça aceita pedido da diretoria e dá início ao processo de recuperação judicial do clube e da SAF

Leia Mais

Ministro Flávio Dino libera pagamentos após Congresso apresentar plano que promete transparência

Leia Mais