Lide com outra prisão

Redação
Publicada em 30/10/2024 às 13:21
A fintech procurou o BNDES em busca de recursos para a aquisição de um banco Foto: Reprodução/redes sociais

A Polícia Federal voltou a prender, nesta quarta-feira (30), o dono da fintech Inovepay, Patrick Burnett, que já é investigado por suspeita de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital). A primeira detenção ocorreu em agosto, em decorrência da operação Concierge.

Desta vez, o empresário foi alvo da operação Wolfie, que apura uma tentativa de fraude de 300 milhões de reais no BNDES.

De acordo com a PF, a fintech procurou o BNDES em busca de recursos para a aquisição de um banco. Ainda segundo a corporação, houve uso de documentos falsos fabricados pelo dono da fintech, pelo seu contador e por um lobista.

Na manhã desta quarta foram cumpridos três mandados de prisão preventiva em Campinas (SP). Além de Patrick, foram detidos o contador Aedi Cordeiro dos Santos, apontado pela investigação como o responsável por arquitetar o esquema criminoso, e o lobista, cujo nome ainda não foi divulgado.

Os três vão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, associação criminosa, obtenção de financiamento mediante fraude e advocacia administrativa, cujas penas máximas somadas ultrapassam 25 anos de prisão.

Também houve dois mandados de busca e apreensão, um em Campinas e outro em Hortolândia.

Como mostrou o Bastidor, Patrick não escondia de ninguém que o próximo passo da empresa seria virar um banco. O processo do possível financiamento junto ao BNDES estava adiantado, mas a autorização foi negada após a operação Concierge, quando o empresário foi preso pela primeira vez.

Procurada, a defesa de Patrick disse que “avalia que a decisão do magistrado da 9ª Vara Federal da Subseção de Campinas, ao decretar, novamente, sua prisão preventiva, com base em supostos indícios de um pedido de empréstimo junto ao BNDS não concedido, em tese, tipificada como uma tentativa de crime econômico, foi absolutamente precipitada e desproporcional aos fatos investigados, os quais não condizem com a realidade” e que o seu cliente “declara sua inocência e regularidade das operações realizadas por sua empresa InovePay”.

Ligação com Doria

Antes da primeira prisão, Patrick fazia parte do comitê de gestão do Lide, comandado pelo ex-governador João Doria. Patrick era o responsável pela área de Inovação e chegou a dar entrevista ao lado do ex-político.

O ex-governador não se pronunciou - nem antes e nem agora - sobre o colega, de quem já disse ser admirador em entrevista conjunta a um podcast.

De acordo com a PF, o esquema criminoso que levou à primeira prisão de Patrick usava fintechs – os bancos digitais - não autorizadas pelo Banco Central, que ficavam hospedadas em instituições financeiras de grande porte, o Bonsucesso e o Rendimento. Além da Inovepay de Patrick, havia a participação do T10 Bank.

As duas fintechs depositavam os recursos dos seus clientes em bancos tradicionais e usavam empresas de fachada para movimentar o dinheiro, inclusive com o recebimento de valores por meio de máquinas de cartão de crédito.

A PF diz que contas desses dois bancos digitais, hospedadas em bancos regulares e autorizados, movimentaram 7,5 bilhões de reais. A organização também usou meios de pagamento com máquinas de cartão de crédito em nome de empresas de fachada, não relacionadas aos verdadeiros usuários, permitindo a lavagem de dinheiro e pagamento de atos ilícitos de forma oculta.

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