Tecnologia contra lavagem
O secretário-geral do Grupo Egmont, Jerôme Beaumont, defendeu, nesta terça-feira (15), o uso da tecnologia da informação para auxiliar no combate a crimes financeiros. Ele é um dos principais convidados do 14º Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo (PLDFT), promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que ocorre até quarta-feira (16), em São Paulo.
O Grupo Egmont é uma instituição internacional que reúne e compartilha dados sobre movimentações financeiras suspeitas. As informações são transmitidas por órgãos que atuam nessa área, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo Beaumont, governos têm dificuldades para monitorar as movimentações financeiras suspeitas. O principal motivo é a falta de pessoal qualificado nos órgãos de controle, como o Coaf. Ele explica que, nas maiores autoridades do setor no mundo, o efetivo de funcionários não passa de 600 pessoas, menos do que qualquer setor de compliance de bancos que operam globalmente.
O presidente do Coaf, Ricardo Liáo, participou do painel apresentado por Beaumont e compartilhou as mesmas preocupações. Segundo ele, o órgão nacional tem apenas 96 funcionários, que precisam se desdobrar nas atividades gerais de fiscalização e no compartilhamento e análise das informações repassadas e recebidas por órgãos internacionais.
Para Beaumont, o uso da tecnologia pode melhorar não só a análise, mas a produção de relatórios padronizados e com maior nível de detalhamento. Com isso, é possível garantir que o combate à lavagem de dinheiro seja mais eficaz, além de ajudar a compensar a falta de pessoal nos órgãos de fiscalização.
Esses relatórios de inteligência financeira são rotineiramente utilizados em investigações policiais, pois conseguem detectar a movimentação de recursos em prol de atividades criminosas, que vão desde pagamento de propinas até o financiamento de atividades terroristas, entre outros crimes.
Antes do painel com Liáo e Beaumont, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, deu um panorama sobre o evento e sobre o que o mercado financeiro tem feito para auxiliar no combate à lavagem de dinheiro. Segundo ele, foram firmadas parcerias nos últimos anos, nas quais o setor privado ajudou não só no fornecimento de informações, mas de equipamentos, para auxiliar os órgãos de controle.
"Quanto mais robustos e convergentes forem os controles dos bancos sobre ações de prevenção à lavagem de dinheiro, nós vamos estar com todo o setor financeiro mais preparado. Os bancos vão continuar cooperando com o setor público", disse.
O 14º Congresso de PLDFT terá ao longo desta terça-feira e na quarta-feira uma série de palestras que irão discutir ações do setor e apresentar o que tem sido feito por instituições públicas e privadas para ajudar no combate à lavagem de dinheiro. As inscrições seguem abertas e podem ser feitas no site do evento. Quem não puder comparecer pessoalmente, pode acompanhar as palestras pela internet.
PGR mandar arquivar ação contra a Transparência Internacional, aceita por Dias Toffoli após críticas
Leia MaisEnquanto lucra centenas de milhões de reais, Enel se pendura em liminares para não pagar multas
Leia MaisInstituições bancárias podem ser responsabilizadas por movimentação financeira de bets irregulares.
Leia MaisA rede Samidoun, classificada como organização terrorista, agora tem representantes no Brasil
Leia MaisListas das duas vagas ao STJ demonstram força do eixo de poder liderado por Arthur Lira e Kassio.
Leia MaisSTJ escolheu Sammy Barbosa Lopes, Maria Marluce Caldas Bezerra e Carlos Frederico Santos
Leia MaisSTJ escolheu Carlos Brandão, Daniele Maranhão e Marisa Ferreira Santos para vaga destinada a TRF
Leia MaisO juiz preferido de Lula para uma vaga no STJ chega às vésperas da votação com torcidas amplas
Leia MaisCombate à lavagem de dinheiro
Evento promovido pela Febraban traz discussão do setor financeiro na prevenção à lavagem de dinheiro
Leia MaisCorte vota lista tríplice nesta terça. Candidato de Mauro Campbell e vice-PGR devem ser escolhidos.
Leia MaisPresidente age nas sombras: veta nomes em conversas reservadas e não divulga nenhum apoio.
Leia MaisNunes Marques marca audiência de conciliação entre J&F e Paper, na venda da Eldorado Celulose
Leia MaisJogo de empurra entre autoridades não resolve problema que deixa 500 mil sem luz em São Paulo.
Leia MaisOperação com debêntures da varejista resulta em disputa milionária entre corretora e ex-sócio
Leia MaisApagão em São Paulo expõe falta de fiscalização enquanto autoridades jogam a culpa entre si
Leia Mais