Os fantasmas de Prates

Brenno Grillo
Publicada em 05/04/2024 às 06:00
Assombrações do Mensalão e da Lava Jato voltaram à Petrobras pelas mãos de Prates. Foto: Carlos Elias Junior /Fotoarena/Folhapress

Ao se cercar de aliados indicados pelo PT e por sindicados, Jean Paul Prates devolveu à Petrobras fantasmas do passado recente de investigações sobre corrupção na empresa. Alguns funcionários do atual alto escalão da companhia tiveram - ou ainda têm relação direta - com problemas.

O executivo de comunicação da Petrobras, Luis Fernando Maia Nery, teve de ser instalado no cargo como interino para não violar o compliance da empresa. Nery foi demitido em 2019, por suspeita de corrupção. Foi condenado pela Justiça, junto com Wilson Santarosa, ex-executivo da companhia por indicação de Lula e José Dirceu.

Santarosa, quando ocupou o mesmo cargo que hoje pertence a Nery, liberou milhões de reais em contratos de publicidade da estatal com gastos não descriminados. Ignorou decisão do TCU que obrigava esse detalhamento. Alguns desses repasses eram para sindicalistas.

Outro que trabalhou próximo a Santarosa (em 2006) e viu de perto as investigações que quase destruíram a Petrobras foi Francisco Alves de Queiroz Neto, gerente-executivo de exploração e produção em terras e águas rasas. Foi indicado pelo PT do Rio Grande do Norte, com apoio da deputada federal Natália Bonavides, muito próxima de Prates.

A relação de Neto com a parlamentar existe porque o gerente-executivo trabalhou na Petrobras com o pai da congressista, Aníbal. Na companhia, gerenciou a exploração em Mossoró, em 2011. Deixou o posto para gerir uma planta da Petrobras no Amazonas. Presidiu a Termoaçu três anos antes.

Danilo Ferreira da Silva, chefe interino do gabinete de Prates e presidente do conselho do plano de saúde da Petrobras, ocupou a suplência do conselho da Petros quando o colegiado era presidido por Diego Hernandes, investigado na Lava Jato. 

Hernandes foi acusado de aumentar, e muito, os gastos da companhia com pessoal. O crescimento foi de 2.300% entre 2006 e 2014. Passou de 500 milhões de reais para R$ 12,3 bilhões. Em setembro de 2015, o valor saltou novamente, para 14,3 bilhões de reais.

Segundo fontes que trabalharam na estatal, Silva é o filtro das nomeações dos gerentes executivos ou gerais do refino. Tem muita força na Federação Única dos Petroleiros, onde era dirigente.

A nomeação de Silva foi polêmica. Ele teve que ser escolhido provisoriamente porque a Petrobras vetou seu nome. O argumento usado pela companhia naquele momento foi conflito de interesses, porque o chefe de gabinete de Prates havia sido conselheiro - pela Petros, fundo de pensão dos funcionários da estatal - na Totvs, que firmou 3 contratos com a companhia de 2015 a 2017.

Silva é funcionário da Petrobras desde 2003. Foi assessor da Presidência durante a gestão Graça Foster (2013-2015) e diretor administrativo-financeiro da Petros quando Aldemir Bendine presidiu a companhia (2015-2016).

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