O apagão da Light
A Light entrou nesta terça-feira (10) com um pedido para que a Justiça impeça a cobrança antecipada de dívidas das três empresas que compõem o grupo. A companhia alega não ter condições de arcar com as dívidas. O Bastidor teve acesso à íntegra do pedido, que corre sob segredo de justiça.
O pedido de suspensão da cobrança de dívidas é tocado pelos advogados Rodrigo Salomão e Paulo César Salomão Filho, que são, respectivamente, filho e sobrinho do ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça. A banca ganhou mais notoriedade nos últimos meses, depois de assumir as recuperações judiciais das Americanas e do Grupo Petrópolis, que produz a cerveja Itaipava.
A petição confirma as previsões do mercado sobre as dificuldades financeiras da companhia, responsável pelo abastecimento de energia elétrica a 11 milhões de pessoas em 37 cidades do Rio de Janeiro. Segundo a empresa, as dívidas chegam a R$ 11 bilhões.
No pedido, a Light afirma que uma série de questões a impediram de se manter saudável. A principal é o furto de energia elétrica, que tem se intensificado em várias regiões do estado, sobretudo as que são controladas pelo tráfico e pelas milícias.
Segundo o pedido, apenas em 2021 o prejuízo da empresa com furtos de cabos de distribuição e ligações irregulares atingiu R$ 600 milhões - a despeito de a companhia ter investido cerca de R$ 450 milhões no combate a essas práticas no mesmo período.
Também pesou para o recurso judicial a lei promulgada por Jair Bolsonaro, que obriga a devolução de créditos de PIS/Cofins e ICMS recebidos pelas companhias elétricas na forma de descontos aos consumidores. Para este ano, a Light deverá ressarcir R$ 1,05 bilhão aos consumidores fluminenses - o que representará queda de 5,89% no valor das contas de luz.
Com a sequência de notícias ruins, os credores começaram a antecipar o vencimento de dívidas, gerando instabilidade no caixa. Por isso, a empresa está pedindo a suspensão dos débitos, até que seja possível reestruturar o caixa.
É uma alternativa prévia a um pedido de recuperação judicial. Caso não seja possível reestruturar a companhia, este deverá ser o próximo passo. A empresa afirma que não quer recorrer a esse expediente, para não comprometer o fornecimento dos serviços aos usuários.
Polícia investiga cooperativa do Espírito Santo que recebeu R$ 42 milhões desviados de ataque hacker
Leia MaisZanin devolve investigação de venda de sentenças no TJMT ao STJ, onde há servidores envolvidos
Leia MaisPoliciais fazem buscas contra deputado federal Junior Mano, do Ceará, por fraudes com emendas
Leia MaisJustiça mantém prisão temporária de funcionário que facilitou ataque hacker a sistema financeiro
Leia MaisEmpresa negocia dívida bilionária com União e, por conta disso, atrasa entrega de documentos à CVM
Leia Mais11 anos por terrorismo
Justiça condena homem que recrutava brasileiros para atuar pelo Estado Islâmico
Leia MaisTrump critica processo contra ex-presidente, em meio a ameaças econômicas contra membros dos Brics
Leia MaisO cozinheiro do roubo
Atual dono de fintech investigada pela Polícia Civil nunca teve relação com instituições financeiras
Leia MaisUma dezena de fintechs suspeitas
Polícia identifica novas intermediárias por onde passou dinheiro do maior roubo ao sistema bancário
Leia MaisMoraes suspende decretos de Lula e do Congresso sobre imposto e convoca conciliação para o dia 15
Leia MaisUma fintech suspeita
Polícia rastreia 270 milhões de reais do roubo aos bancos a contas na Soffy Soluções de Pagamento
Leia MaisO roubo de 3 bilhões de reais
Polícia Civil estima que invasão hacker a bancos resultou no maior assalto já registrado no país
Leia MaisO hacker caiu
Polícia Civil de São Paulo prende autor do roubo bilionário às contas reservas do Banco Central
Leia MaisA ofensiva petista nas redes
Partido coloca no ar campanha com o mote pobres x ricos para expor o Congresso e a direita
Leia MaisGoverno propõe ressarcir aposentados roubados se puder fazer isso com dinheiro de fora do orçamento
Leia Mais