Movendo ideologias
A Sada Siderurgia foi autorizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria a receber os benefícios tributários concedidos pelo programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover). A permissão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (22), mas vale desde o começo do mês.
O mover foi sancionado em junho do ano passado por Lula e durará até 2028. O governo prevê a concessão de quase 20 bilhões de reais em benefícios fiscais no período. A Sada Siderurgia é uma empresa ligada ao Grupo Sada, que atua em diversas áreas, desde o esporte, com o Sada Cruzeiro, até a comunicação, por meio do jornal "O Tempo".
O presidente do conglomerado é Vittorio Medioli. O italiano chegou ao Brasil em 1976, com 25 anos, e ganhou força empresarial ao transportar veículos da Fiat pelo país. Hoje, segundo o site de seu grupo, também fornece peças para as principais montadoras do país.
O empresário foi deputado federal de 1991 a 2007. Dez anos depois, assumiu a prefeitura de Betim, principal polo industrial de Minas Gerais. Medioli, que já foi considerado o prefeito mais rico do Brasil, é filiado ao PL, mas passou por PSDB, PV, PHS, Podemos e PSD.
Nas eleições de 2024, Medioli passou o bastão da gestão de Betim para seu pupilo político, Heron Domingues Guimarães, do União Brasil. Guimarães foi secretário do italiano na cidade mineira e diretor do jornal "O Tempo".
No pleito de 2022, Medioli fez campanha para Jair Bolsonaro. Durante o governo do agora ex-presidente, as empresas de Medioli dobraram seu faturamento com contratos governamentais. Até 2022, as companhias receberam 480 milhões de reais em verbas públicas. Desse total, 230 milhões foram obtidos a partir de 2019.
Após a derrota de Bolsonaro para Lula, Medioli publicou em seu jornal um artigo defendendo “dar a Lula o que é de Lula e a Bolsonaro o que é de Bolsonaro”, pois as eleições presidenciais mostraram a existência de “dois Brasis”, um “que produz mais e arrecada impostos, e outro, paradoxalmente mais carente, que vive das transferências".
Chegou depois
A chegada de Medioli ao rol de empresas beneficiadas pelo Mover pode ser considerado tardia. Outras grandes empresas estão credenciadas no programa há mais de seis meses. Dentre elas, estão: Renault, General Motors, Hitachi, Peugeot-Citrôen, BMW, MarcoPolo, Volkswagen, Hyundai, Ford, Fiat Chrysler, Nissan, Mercedez-Benz, BYD e Toyota.
Ainda não é possível detalhar quanto cada uma das empresas credenciadas conseguiu em benefícios fiscais do Mover, pois as isenções dependem do cumprimento das regras do programa, que exige investimento na produção, pesquisa e desenvolvimento de automóveis menos poluentes.
Em junho do ano passado, após o lançamento do Mover, as montadoras anunciaram 130 bilhões de reais em investimentos. Os dados foram divulgados na ocasião pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin. Até o momento, mais de 120 empresas já se cadastraram no programa.
Leia a publicação no Diário Oficial da União:
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