Maranhão adulterado
O governador do Maranhão, Carlos Brandão, publicou um decreto ontem que, na prática, facilita a importação e distribuição de combustíveis pelos chamados devedores contumazes - aquelas empresas que sonegam impostos e manipulam o mercado para competir ilegalmente.
No setor de combustíveis, essas empresas vendem com frequência combustível adulterado. Há cada vez mais evidências de que algumas delas têm conexão com o crime organizado.
O texto do governo do Maranhão interrompe a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para quem fornece combustíveis no estado e para quem importa, mesmo em caso de os produtos não terem como o último destino o Maranhão. Na verdade, a empresa nem sequer precisa ser ou estar no estado. A operação é toda simulada. Só acontece no papel. O combustível nem passa pelo estado.
Secretários estaduais da Fazenda e o ICL (Instituto Combustível Legal), que reúne as principais empresas do setor, vão atuar contra o decreto de Brandão. Está marcada para esta quinta-feira (22) uma reunião para debater o tema.
O decreto do governador do Maranhão ocorre em meio às discussões relacionadas a fraudes no setor de combustíveis, decorrentes da sonegação e da adulteração dos produtos pelos devedores contumazes. O governo federal, do qual Brandão é aliado, enviou ao Congresso um projeto que visa distinguir empresas que pagam impostos daquelas que têm a inadimplência como prática de negócio.
Um dos casos de maior repercussão é o da Copape, empresa de petróleo e gás natural investigada pelo Ministério Público por suspeita de ligação com o PCC, que está proibida pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) de exercer as suas atividades após ser acusada, somente na esfera administrativa, de infringir regras na comercialização, no exercício da atividade e no armazenamento de combustível.
A ANP levou em conta informações de uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo que revelou a participação de representantes da Copape em fraudes fiscais. O esquema consistia em importar gasolina como se fosse nafta, uma matéria-prima derivada do petróleo. A entrada do produto no Brasil era registrada no Tocantins, por meio da empresa Terra Nova Trading, e não em São Paulo, onde a Copape está localizada. A manobra fiscal reduzia a base de cálculo de tributos de 25% para 1%.
Credores pedem falência e denunciam fraude para aprovar plano com deságio de 99% nas dívidas
Leia MaisTatiane Carvalho reforça suspeita de que Guimar Alves usa laranjas como sócios para fugir de dívidas
Leia MaisGalípolo diz que casas de apostas devem movimentar até 30 bilhões por mês este ano
Leia MaisPGR denuncia ministro das Comunicações ao Supremo por desvio de dinheiro de emendas parlamentares
Leia MaisPresidente do Banco Central será ouvido em investigação sobre apostas digitais no Senado
Leia MaisDepois de ser criticado, Hugo Motta diz que anistia não é prioridade para o Brasil
Leia MaisGovernador Ronaldo Caiado usou jato operado pelo governo de Goiás para ir a ato de Bolsonaro em SP
Leia MaisEm ato na Avenida Paulista, ex-presidente ataca STF e diz que vai disputar a presidência em 2026
Leia MaisMinistro pede vista e suspende julgamento que está empatado e pode livrar Palocci na Lava Jato
Leia MaisO lançamento da pré-candidatura à presidência não contou com os grandes nomes do União Brasil
Leia MaisJustiça condena por lavagem executivo do grupo ítalo-argentimo que pagou propina na Petrobras
Leia MaisJBS perde no STJ e Tinto mantém andamento de ação nos EUA para apurar esvaziamento de patrimônio
Leia MaisPrimeira Turma do Supremo Tribunal Federal antecipa em uma semana julgamento de Núcleo 2 do golpe
Leia MaisMinistro é alvo de pressão, mas é poupado em reunião que o presidente Lula teve com senadores
Leia MaisJuízes concederam liminares à distribuidora sem considerar fatos apontados pelo governo de São Paulo
Leia Mais