Lula e os banqueiros

Diego Escosteguy
Publicada em 16/10/2024 às 19:34
Os ministros Alexandre Padilha e Fernando Haddad e o presidente da Frebraban, Isaac Sidney, participaram do encontro com Lula Foto: Gabriela Biló /Folhapress

Em sua primeira reunião coletiva com representantes dos maiores bancos privados do país, nesta quarta-feira (16), o presidente Lula combinou de manter um diálogo aberto com o setor financeiro, sem ataques e sem preconceitos. Os banqueiros consideraram a conversa boa. É o começo um tanto tardio de um relacionamento que pode ser estratégico para os dois lados.

Foi o primeiro encontro de Lula com os grandes do setor bancário em seu terceiro mandato. Desde o início do ano passado, havia uma espécie de duopólio no acesso dos bancões ao presidente. Lula chamava para conversar - e até para dar pitos discretos - somente o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e André Esteves, do BTG. Hoje, em Brasília, Lula conversou pela primeira vez, em grupo, também com Milton Maluhy Filho, do Itaú Unibanco; Mário Leão, do Santander; Marcelo Noronha, do Bradesco; e Alberto Monteiro, do Safra.

O encontro foi acertado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, também participou.

Lula disse que quer manter um bom diálogo entre o governo e os bancos. Afirmou que não tem preconceitos. Assegurou que não sairá falando mal dos bancos - ou da “Faria Lima”. O presidente disse que sabe separar os bancos que dão acesso a crédito de outros agentes do mercado financeiro. Lula disse que seguirá a agenda de seu governo. Ou seja, seguirá defendendo gastos públicos com os mais pobres. Se preciso, manterá a crítica aos juros altos do país. Mas, afiançou, não tratará os grandes bancos como vilões da economia brasileira.

A questão do equilíbrio fiscal foi levantada pelos banqueiros na conversa, mas de passagem. Esse aspecto segue como preocupação do setor e óbvio ponto de tensão entre as partes. Enquanto Lula resiste a mais cortes de gastos além dos já feitos, os bancos enxergam que o arcabouço fiscal está sob ameaça. Temem indícios de manobras fiscais como o Auxílio Gás, que significam mais gastos sem controle.

Apesar de muita falação sobre equilíbrio fiscal, as duas partes sabem que esse tema os divide. O dissenso não precisa se materializar, contudo, em sopapos verbais na arena pública.

Até aqui, o ministro Fernando Haddad falava com os bancos em nome de Lula e os ouvia. O acesso ao presidente é uma vitória de Haddad. 

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