Lula e os banqueiros
Em sua primeira reunião coletiva com representantes dos maiores bancos privados do país, nesta quarta-feira (16), o presidente Lula combinou de manter um diálogo aberto com o setor financeiro, sem ataques e sem preconceitos. Os banqueiros consideraram a conversa boa. É o começo um tanto tardio de um relacionamento que pode ser estratégico para os dois lados.
Foi o primeiro encontro de Lula com os grandes do setor bancário em seu terceiro mandato. Desde o início do ano passado, havia uma espécie de duopólio no acesso dos bancões ao presidente. Lula chamava para conversar - e até para dar pitos discretos - somente o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e André Esteves, do BTG. Hoje, em Brasília, Lula conversou pela primeira vez, em grupo, também com Milton Maluhy Filho, do Itaú Unibanco; Mário Leão, do Santander; Marcelo Noronha, do Bradesco; e Alberto Monteiro, do Safra.
O encontro foi acertado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, também participou.
Lula disse que quer manter um bom diálogo entre o governo e os bancos. Afirmou que não tem preconceitos. Assegurou que não sairá falando mal dos bancos - ou da “Faria Lima”. O presidente disse que sabe separar os bancos que dão acesso a crédito de outros agentes do mercado financeiro. Lula disse que seguirá a agenda de seu governo. Ou seja, seguirá defendendo gastos públicos com os mais pobres. Se preciso, manterá a crítica aos juros altos do país. Mas, afiançou, não tratará os grandes bancos como vilões da economia brasileira.
A questão do equilíbrio fiscal foi levantada pelos banqueiros na conversa, mas de passagem. Esse aspecto segue como preocupação do setor e óbvio ponto de tensão entre as partes. Enquanto Lula resiste a mais cortes de gastos além dos já feitos, os bancos enxergam que o arcabouço fiscal está sob ameaça. Temem indícios de manobras fiscais como o Auxílio Gás, que significam mais gastos sem controle.
Apesar de muita falação sobre equilíbrio fiscal, as duas partes sabem que esse tema os divide. O dissenso não precisa se materializar, contudo, em sopapos verbais na arena pública.
Até aqui, o ministro Fernando Haddad falava com os bancos em nome de Lula e os ouvia. O acesso ao presidente é uma vitória de Haddad.
Hacker suspeito de invadir sistemas da PF e do FBI é preso em Belo Horizonte
Leia MaisCombate à lavagem de dinheiro
Evento promovido pela Febraban traz discussão do setor financeiro na prevenção à lavagem de dinheiro
Leia MaisEnquanto lucra centenas de milhões de reais, Enel se pendura em liminares para não pagar multas
Leia MaisInstituições bancárias podem ser responsabilizadas por movimentação financeira de bets irregulares.
Leia MaisA rede Samidoun, classificada como organização terrorista, agora tem representantes no Brasil
Leia MaisListas das duas vagas ao STJ demonstram força do eixo de poder liderado por Arthur Lira e Kassio.
Leia MaisDiretor de grupo internacional de inteligência financeira defende tecnologia para melhorar o setor
Leia MaisSTJ escolheu Sammy Barbosa Lopes, Maria Marluce Caldas Bezerra e Carlos Frederico Santos
Leia MaisSTJ escolheu Carlos Brandão, Daniele Maranhão e Marisa Ferreira Santos para vaga destinada a TRF
Leia MaisO juiz preferido de Lula para uma vaga no STJ chega às vésperas da votação com torcidas amplas
Leia MaisQuatro magistrados federais têm chance de integrar lista tríplice que será votada pelo STJ na terça
Leia MaisCorte vota lista tríplice nesta terça. Candidato de Mauro Campbell e vice-PGR devem ser escolhidos.
Leia MaisPresidente age nas sombras: veta nomes em conversas reservadas e não divulga nenhum apoio.
Leia MaisNunes Marques marca audiência de conciliação entre J&F e Paper, na venda da Eldorado Celulose
Leia MaisJogo de empurra entre autoridades não resolve problema que deixa 500 mil sem luz em São Paulo.
Leia Mais