A Americanas contra-ataca
A Americanas abriu nesta terça-feira (11) procedimento arbitral contra quatro ex-diretores, a quem atribui responsabilidade pela fraude de 25,2 bilhões de reais. A Americanas pede que Miguel Gutierrez, Anna Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles devolvam o dinheiro perdido e custeiem as despesas da arbitragem.
A medida foi aprovada pelos acionistas em Assembleia Geral Extraordinária realizada em dezembro de 2024. O procedimento será conduzido pela Câmara de Arbitragem do Mercado, da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.
A fraude na Americanas foi revelada em 11 de janeiro de 2023, quando a empresa comunicou ao mercado que havia "inconsistências" nos registros contábeis, fazendo parecer que devia menos do que realmente devia a fornecedores. Após a descoberta, a companhia criou um comitê independente para investigar o caso. Segundo a Americanas, as investigações indicaram que a antiga diretoria fraudava as demonstrações financeiras e ocultava as reais informações do Conselho de Administração e do mercado.
Em junho de 2023, a Americanas anunciou ter encontrado provas de que a antiga diretoria manipulava os números do balanço financeiro para esconder a situação real da empresa. Além dos quatro ex-diretores processados, os ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes foram apontados como envolvidos.
Miguel Gutierrez saiu da empresa em 31 de dezembro de 2022. José Timótheo de Barros foi afastado de suas funções executivas em fevereiro de 2023 e renunciou em maio. Em junho, o conselho de administração demitiu os demais envolvidos.
O relatório elaborado pelo comitê independente foi encaminhado ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e à Comissão de Valores Mobiliários.
Em junho de 2024, a Polícia Federal deflagrou a Operação Disclosure, com apoio do MPF, contra ex-diretores da Americanas. Cerca de 80 policiais foram mobilizados no Rio de Janeiro, e dois mandados de prisão preventiva foram expedidos contra Gutierrez e Saicali, que estavam no exterior e foram considerados foragidos. Durante a operação, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores dos ex-diretores, totalizando mais de meio bilhão de reais.
A fraude causou uma grave crise financeira, que levou a Americanas a recorrer a um processo de recuperação judicial. Em julho de 2024, a varejista fez um aumento de capital, tornando parte dos bancos credores sócios da empresa ao lado do trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que passaram a deter 50,01% das ações.
Leia a íntegra do comunciado da Americanas:
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