O nome que causa apreensão na campanha de ACM Neto
A Construtora BSM, que pertence à família de um amigo de infância de ACM Neto, sabe ganhar contratos como ninguém em Salvador. Desde 2013, quando o político do DEM assumiu a Prefeitura da cidade, a empresa recebeu, ao menos, 270 milhões em contratos firmados com o município, segundo dados do Portal da Transparência da capital baiana. Um deles ainda está em vigor.
Bernardo Cardoso, um dos sócios formais da construtora, é sobrinho de Manfredo Cardoso, gerente de projetos da Casa Civil durante o mandato de ACM Neto. Ele também é primo de Lucas Cardoso, amigo de infância do ex-prefeito.
Nenhum nome causa tanta preocupação na campanha ao governo da Bahia de ACM Neto quanto o de Lucas Cardoso. Hoje, segundo fontes com conhecimento direto do fato, ele atua como um dos arrecadadores de recursos do político. Um ex-diretor da Odebrecht no estado disse, em delação premiada, que ACM Neto indicou Lucas Cardoso para cuidar dos pagamentos de campanha da empreiteira ao candidato, em 2012. No sistema de propinas da Odebrecht, ACM Neto tinha o codinome "Anão". Foram pagos 1,8 milhão em espécie a Lucas Cardoso, de acordo com os registros da empresa. (O caso não foi investigado e acabou arquivado pela Justiça Eleitoral da Bahia.)
Após o susto com a Odebrecht, Lucas Cardoso se recolheu. Passou a tocar empresas de entretenimento e festas. Mas o dinheiro da Prefeitura de Salvador, sob comando do amigo ACM Neto, seguiu enchendo as contas da construtora da família.
O contrato da Construtora BSM que está em vigor pode chegar a 110 milhões de reais até o fim deste ano. Originalmente, porém, deveria custar aos cofres soteropolitanos bem menos do que isso - cerca de 30 milhões de reais.
A empresa venceu uma licitação em 2019, para fornecer equipamentos e mão de obra para a manutenção da infraestrutura da capital baiana. A validade era de um ano. Desde que o serviço começou a ser prestado, o contrato vem sendo prorrogado, sem novas licitações. Isso fez com que o valor a ser repassado à empresa praticamente triplicasse.
Atualmente, o contrato entre a BSM e a prefeitura tem vigência até 20 de dezembro de 2022. Do total contratado, a empresa já recebeu 59,6 milhões de reais. Todo o processo de compra dos serviços está a cargo da Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade - a mesma Secretaria que forneceu, nos últimos anos, outros bons contratos à empresa do primo de Lucas Cardoso. Os demais contratos somaram, entre 2013 e 2018, 211 milhões de reais.
A BSM chegou a ser investigada na Lava Jato. Em 2020, a Petros compartilhou uma auditoria em que técnicos encontraram evidências de direcionamento à BSM da Prefeitura de Salvador para as obras de ampliação da sede da Petrobras na cidade. A Petros é dona do prédio. A BSM ganhou 34 milhões de reais após ser indicada por ACM Neto, segundo os auditores.
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