Não é perseguição, é estratégia
O anúncio do deputado federal Eduardo Bolsonaro de que pedirá licença de seu mandato e asilo nos Estados Unidos por uma suposta perseguição do Supremo Tribunal Federal é teatro. É uma manobra política que convém à estratégia de defesa de Jair Bolsonaro no caso do golpe de estado. Eduardo é mais nos Estados Unidos do que na Câmara.
Nesta terça (18), Eduardo Bolsonaro – que está em sua quarta viagem aos Estados Unidos desde a posse de Donald Trump, em 20 de janeiro - afirmou que não voltará ao Brasil porque teme que seu passaporte seja apreendido pelo ministro Alexandre de Moraes, diante de um pedido protocolado pelo PT. O pedido tem poucas chances de prosperar, dado que a Procuradoria-Geral da República se manifestou contra.
A realidade é que o projeto político de Eduardo era ser presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Somado ao fato de ter bons contatos com os Republicanos mais radicais, o cargo lhe daria a proeminência necessária para atuar contra Moraes e o governo Lula em prol do pai em contatos oficiais com o governo americano.
Como não tem mais chances de obter o cargo, atuar como uma espécie de lobista brasileiro contra o governo Lula nos Estados Unidos é melhor no momento para Eduardo do que ser um deputado federal no Brasil. Parte da estratégia de defesa de Jair Bolsonaro inclui atrair a atenção do governo de Donald Trump para seu caso, para pressionar o Brasil contra uma eventual condenação. Eduardo pode fazer isso melhor estando livre do trabalho de deputado.
O principal ativo de Eduardo Bolsonaro é ser recebido em gabinetes republicanos em Washington para fazer este lobby. Em sua penúltima viagem, em fevereiro, ele falou com mais de uma dezena de parlamentares entre eles a deputada republicana Maria Elvira Salazar, apoiadora de um projeto aprovado recentemente, que torna sujeito a deportação estrangeiros que violem o direito de liberdade de expressão nos Estados Unidos.
O objetivo do bolsonarismo é que, caso o projeto seja aprovado, a lei seja a Alexandre de Moraes. É em busca de coisas assim que Eduardo Bolsonaro vai trabalhar pelos próximos três meses, o tempo que poderá ter de exílio.
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