Da Paulista para Brasília
Três dias após a manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, a bancada bolsonarista coloca em prática parte do discurso feito no palanque. Parlamentares apresentaram simbolicamente um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara tentou votar o projeto que anistia quem depredou Brasília no dia 8 de janeiro de 2023.
As duas pautas têm diferentes possibilidades de prosperar. O mais importante no caso é a continuidade: em meio à campanha para as eleições municipais, os bolsonaristas aproveitam a repercussão do ato e tomam atitudes capazes de chamar a atenção e gerar discurso para seus candidatos a prefeito e vereador.
Afinal, a eleição municipal não é apenas sobre problemas das cidades, mas sobre quem prefere o presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O pedido de impeachment de Moraes foi entregue ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que sempre disse que nada do gênero prosperaria em sua gestão.
Pacheco será mais pressionado e só tem a ganhar com isso: poderá usar o poder para negociar melhores condições sobre emendas parlamentares com o governo e o Supremo, usar isso para avançar outras pautas contra o Supremo, entre outras possibilidades.
Como o projeto de impeachment não é de curto prazo, pode ser uma pauta a ser negociada com seu sucessor, que deve ser o senador Davi Alcolumbre, também bastante disposto a ouvir os bolsonaristas e negociar em cima de suas vontades.
O projeto de anistia aos golpistas de 8 de janeiro voltará a ser examinado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara nesta quarta-feira. Pode ser aprovado, mas tem poucas chances de ser levado à frente. De toda forma, pedir anistia aos que tentaram dar um golpe quebrando Brasília é uma bandeira cara aos bolsonaristas, apesar de impopular.
Dar continuidade ao que foi falado na Paulista faz com que os bolsonaristas aglutinem seus eleitores a menos de um mês do primeiro turno. As duas discussões parecem ser assunto só de Brasília, mas são papo para todo o país.
Dino pede à Caixa, BB e BNB que apresentem soluções técnicas para padronizar pagamento de emendas.
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