As dificuldades de Bolsonaro para faturar com o Auxílio-Brasil
Jair Bolsonaro pode ter acabado com o Bolsa Família, substituindo-o pelo Auxílio Brasil. Mas a identificação do benefício social com os anos petistas preocupa o presidente e sua equipe.
Bolsonaro sabe da importância do Auxílio Brasil para sua reeleição. Ele viu o rápido aumento de popularidade durante o pagamento do Auxílio Emergencial, por conta da pandemia. Por alguns meses, a popularidade do presidente subiu, inclusive no Nordeste - reduto petista e Região do país mais avessa ao capitão reformado.
Por isso, Bolsonaro e seus estrategistas têm discutido inúmeras maneiras para "apagar" o Bolsa Família - e consequentemente Lula - da cabeça da população mais pobre. Só que nenhuma saída foi encontrada. A informação foi passada ao Bastidor por uma fonte próxima do presidente e do alto escalão do governo.
O maior problema envolve os cartões magnéticos usados pelos beneficiários, que ainda são os mesmos do Bolsa Família - com design petista, rememorando ao governo Lula. Ao todo, 17,5 milhões de famílias receberão o Auxílio Brasil, que começou a ser pago ontem (18), mas apenas 3 milhões delas receberão novos cartões para sacarem o benefício que pode chegar a R$ 400.
A Caixa Econômica Federal não explica o motivo da renovação parcial. Diz apenas que "não haverá emissão de cartões para substituição dos vinculados ao programa Bolsa Família, que continuam funcionando normalmente para acesso aos recursos do Auxílio Brasil".
Mas, em governo com orçamento curto, qualquer quinhão importa, inclusive para emissão de cartões que custeiam parte da alimentação dos mais pobres.
Só que o problema dos cartões atrai outro empecilho: as limitações sobre propagandas governamentais em ano de eleição. O governo federal e os ministérios não poderão divulgar peças publicitárias colocando Bolsonaro como "pai dos pobres" por causa da criação do Auxílio Brasil.
Caso contrário, o presidente e seus ministros poderão ser punidos por propaganda eleitoral indevida. Há a possibilidade de usar a Caixa Econômica Federal, que tem a obrigação de divulgar informações sobre programas sociais. Mas o efeito em relação a Bolsonaro não é o mesmo.
Com os olhos das autoridades voltados para os perfis bolsonaristas nas redes sociais, incluindo o Telegram, restam as propagandas eleitorais propriamente ditas. Só que esse conteúdo vem com o verniz da política - o que repele muitos eleitores - e está restrito à guerra eleitoral, em que tudo fica entendido pela metade e vira gancho para críticas incessantes de adversários.
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