Após reajuste à PF, magistratura cobra recomposição salarial de Fux

Redação
Publicada em 23/12/2021 às 18:51
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Jair Bolsonaro abriu a Caixa de Pandora do funcionalismo público ao incluir o aumento de policiais federais e rodoviários federais no orçamento de 2022. Servidores da Receita Federal iniciaram uma rebelião e podem ser seguidos pelos que atuam no Banco Central.

Agora, a magistratura é mais uma categoria que entrou na grita por reajuste salarial. As associações dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Nacional dos Desembargadores (Andes) têm questionado a falta de recomposição salarial pela inflação - prevista na Constituição - enquanto PF, PRF e Polícia Penal terão cheques mais polpudos em 2022.

A AMB diz que "medidas estão sendo analisadas" para garantir o cumprimento da Constituição. "Só queremos a reposição inflacionária. A defasagem, na comparação com a inflação, é de 45%. Esperamos que o STF seja sensível a esse tema", afirma Marcelo Buhatem, presidente da Andes.

Os magistrados reclamam que a última recomposição salarial efetiva foi concedida em 2015, quando Ricardo Lewandowski presidia o STF. De lá para cá, afirmam que têm sido deixados à míngua. Um magistrado ouvido pelo Bastidor citou que o reajuste de 2019 foi concedido num acordo pela tributação e limitação do auxílio-moradia.

Essa foi a tônica da relação entre governo e Judiciário por muitos anos, compensando a falta de reajuste salarial com penduricalhos. Esses adicionais são considerados imorais por parte da população e causam problemas ao governo, que paga sem recolher impostos sobre parte desses montantes.

E não são só os magistrados que estão chateados com os privilégios bolsonaristas à PF. Os servidores da Justiça Federal e do Ministério Público da União também reclamam.

A Fenajufe afirma que o reajuste é "clara demonstração de irrelevância para a presidência da República e Parlamento, do quadro funcional do Legislativo, Judiciário e o restante das carreiras do Executivo". O sindicato da classe diz ainda que "o governo se assumiu lobista de um segmento e o Congresso, de olho nas vantagens que poderia 'morder', aprovou".

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