Algo além de 1 ponto
Um aspecto a se observar na pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (11) sobre a disputa pela prefeitura de São Paulo é a queda do candidato Guilherme Boulos, do Psol, em praticamente todos os estratos. Não é uma crise. Boulos oscilou de 22% para 21% entre a última pesquisa, de 28 de agosto, e a atual.
Aparece agora em terceiro lugar, com 21%, num triplo empate técnico com o prefeito Ricardo Nunes, do MDB, com 24%, e Pablo Marçal, do PRTB, com 23%. Enquanto Boulos ficou praticamente no mesmo lugar, Nunes e Marçal subiram 5 e 4 pontos percentuais, respectivamente.
A questão é que, ao se observar os dados da pesquisa divididos por estratos do eleitorado – sexo, idade, escolaridade, renda, cor e religião -, percebe-se que Boulos perdeu pontos em quase todos eles. Quando não perdeu, ficou estável ou oscilou positivamente um ponto percentual.
Entre as mulheres, Boulos perdeu três pontos. Perdeu oito pontos – 27% para 19% - entre os eleitores de 16 a 34 anos. Caiu três pontos entre os mais pobres, que ganham até três salários mínimos, e seis pontos entre os que ganham mais de sete salários mínimos. Boulos liderava nesses segmentos na última pesquisa.
Sem um cruzamento com pesquisas qualitativas não se pode inferir as razões para a queda. É óbvio que o crescimento de Pablo Marçal tirou eleitores de todos os outros candidatos, não apenas de Nunes e de José Luis Datena, do PSDB, o candidato que mais caiu de um levantamento para o outro.
Boulos é o candidato do presidente Lula em São Paulo. Lula ainda não entrou na campanha para valer. O que se percebe é que o antipetismo, inclusive sua vertente mais forte, o bolsonarismo, capta quase metade dos eleitores paulistanos - aqueles que votam em Nunes e Marçal.
Outra questão relevante é que, se o candidato de Lula não vai tão bem, os de Bolsonaro não precisam dele. Ricardo Nunes esconde Bolsonaro porque sua rejeição na cidade é alta; Marçal capta os bolsonaristas por falar como Bolsonaro, mas não precisou do apoio dele até agora.
Até agora, quem perdia com a ascensão de Marçal eram majoritariamente Nunes e Datena, enquanto Boulos mantinha-se em seu patamar. Faz pouco sentido que um eleitor identificado com Boulos mude seu voto para Marçal. Esta é uma questão que as equipes de campanha do PT e do PSol terão de examinar.
Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo querem mudar plantões criminais da corte
Leia MaisDupla remuneração em xeque
Dirigentes da USP faturaram 2,4 milhões de reais da fundação que administravam
Leia MaisWajngarten e Paulo Bueno vão depor à PF por abordagens a filha, esposa e mãe de Mauro Cid
Leia MaisIndiciado, corregedor da Abin pede à PGR que sua parte no inquérito seja arquivada
Leia MaisDino manda investigar pagamentos milionários a juízes e desembargadores de Rondônia
Leia MaisRombo no TRF-1 leva CNJ a mirar precatórios emitidos irregularmente em todos os tribunais federais
Leia MaisTrês são presos em investigação por favorecimento em inquéritos e liberação de itens apreendidos.
Leia MaisPGR deve denunciar primeiro indiciados pela 'Abin paralela' que tiveram elo com a trama golpista
Leia MaisAnac cassa de vez a autorização da Voepass, que não poderá mais operar voos comerciais
Leia MaisSem registros no STF, encontro vira disputa de versões entre Braga Netto e Mauro Cid
Leia MaisJustiça Federal interrompe projeto de exploração de madeira patrocinado por Alcolumbre e Randolfe
Leia Mais1ª Turma do STJ decide que empresas de mesmo grupo podem responder por crimes de coligada
Leia MaisAções contra advogado de empreiteiras da Lava Jato é encerrada pela 13ª Vara Federal de Curitiba
Leia MaisDefesa de Sérgio Cabral pede anulação de todos os atos do juiz Marcelo Bretas, aposentado pelo CNJ
Leia MaisOAB-SP escala Alberto Toron para atuar em inquérito contra advogado de Marcelo Câmara
Leia Mais