A teoria de Kassab para 2024

Ex-prefeito de São Paulo, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, acredita que o melhor modo de eleger Guilherme Boulos (PSol) prefeito de São Paulo em 2024 é levar o ex-ministro bolsonarista Ricardo Salles (PL) ao segundo turno.

O argumento de Kassab tem sido usado por integrantes do PL que defendem apoiar a reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) no pleito do ano que vem, em vez de ter Salles candidato.

A tese de Kassab diz que Boulos venceria Salles no segundo turno porque - na maioria das vezes - o eleitor paulistano de centro pende para a esquerda contra um adversário da direita.

Para Kassab, se o segundo turno se der entre o prefeito Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, a direita que vota em Salles optaria pelo prefeito - um candidato de centro, em sua visão - para evitar a vitória do candidato do PSOL.

Kassab foi prefeito de São Paulo após derrotar Marta Suplicy (PT) no segundo turno em 2008. Hoje é secretário de Governo e Relações Institucionais de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que ainda não anunciou quem apoiará.

A ala bolsonarista do PL quer que o partido tenha candidato próprio e que seja Salles. A avaliação é que a polarização Lula x Bolsonaro se repetirá no ano que vem.

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (8) coloca o ex-ministro do Meio Ambiente em segundo lugar quando aparece com o apoio de Bolsonaro. Boulos lidera em todos os cenários.

Os números do levantamento serão usados para convencer a direção do PL a ceder à candidatura de Salles. O deputado argumenta que, além de melhor colocado do que Nunes, sua rejeição é menor. O apoio de Bolsonaro será fundamental para vencer a resistência.

No entanto, o ex-presidente tem sido pressionado a ficar ao lado de Nunes. No fim de semana, em São Paulo, Bolsonaro esteve com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e com o atual prefeito durante um almoço. Mais tarde, em evento do PL Mulher, também se encontrou com Salles.

Informalmente, o ex-presidente já disse que prefere Salles por dois motivos: 1) é do seu grupo político e 2) não contou com o apoio explícito de Nunes na eleição de 2022 contra Lula. Na capital paulista, o ex-presidente foi derrotado por Lula.

Em tempo: apesar de todas as conversas, falta mais de um ano para o início da campanha.