A auditoria fantasma
As Forças Armadas ainda não divulgaram qualquer informação sobre a auditoria que prometeram realizar em boletins de urnas.
No domingo (2), militares de 153 cidades fotografaram os documentos e encaminharam a um grupo no Ministério da Defesa, que seria responsável por conferir a contagem de votos recebidos no Tribunal Superior Eleitoral. A pasta se comprometeu a produzir um relatório e encaminhar à corte eventuais divergências encontradas.
Na quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou à prática de tentar desacreditar o sistema eleitoral: falou que houve "problemas" na apuração, sem dizer quais ou como soube disso. Disse que vai esperar o relatório dos militares. A Defesa não divulgou uma data.
A postura da Defesa após à eleição é oposta à demonstrada antes. A mando de Bolsonaro, o ministro Paulo Sérgio Nogueira pressionou o TSE durante meses para ter acesso à apuração e a promover modificações em procedimentos - apesar de a Defesa nada ter a ver com eleições.
Os militares da Defesa procuraram plantar informações de acordos com o TSE que não saíram. Divulgaram até que fariam uma "apuração paralela". Várias das ações foram esvaziadas por procedimentos adotados pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
A votação e a apuração transcorreram praticamente sem incidentes no domingo. Bolsonaro teve mais votos que as pesquisas indicavam. A partir disso, os militares silenciaram.
Na segunda-feira (3), o Bastidor pediu ao Ministério da Defesa um posicionamento sobre o prazo de conclusão desse relatório e o respectivo envio ao TSE. A solicitação foi renovada na quarta-feira (5), mas não houve resposta.
Ontem, o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, apresentou a primeira fase de uma auditoria feita pelo órgão. Segundo ele, nada de anormal foi detectado. O trabalho analisou 540 boletins de urnas.
A segunda fase vai avaliar mais de 4 mil urnas, que serão sorteadas e analisadas pelos técnicos do TCU. O relatório deve ser finalizado em novembro.
O Bastidor mostrou que os partidos da base de apoio de Bolsonaro decidiram, reservadamente, não apoiar eventuais questionamentos do presidente quanto ao resultado das urnas.
O presidente decidiu atacar os institutos de pesquisa, cujos resultados foram diferentes dos resultados finais, em vários cenários. Na terça-feira (4), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, encaminhou à Polícia Federal um pedido de investigação sobre a atuação das empresas que realizam essas análises.
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