Sem ajuda, sem Telegram

Samuel Nunes
Publicada em 26/04/2023 às 18:51
Bloqueio é válido em todo o território nacional, mas usuários ainda conseguem acessar grupos, inclusive neonazistas Foto: Christian Wiedigier/Unsplash

A distribuição de conteúdos neonazistas e que incentivam práticas terroristas motivou o bloqueio do Telegram no Brasil , nesta quarta-feira (26). Os documentos mostram que a Polícia Federal teve dificuldade para acessar dados de grupos onde livros, vídeos e cartilhas eram compartilhados.

A investigação começou em novembro de 2022, quando duas escolas de Aracruz (ES) foram alvos de um atentado que deixou quatro pessoas mortas e 16 feridas. No telefone celular do autor, um adolescente de 16 anos, os policiais encontraram contatos com grupos neonazistas.

No dia 14 deste mês, o delegado Leopoldo Soares Lacerda pediu à Justiça Federal que intimasse o Telegram a bloquear os grupos e encaminhar os dados dos membros aos investigadores. Cinco dias depois, o juiz federal Wellington Lopes Silva atendeu ao pedido e mandou a empresa cumprir a decisão em até 48 horas.

Segundo o delegado, o Telegram cumpriu a determinação parcialmente, sem identificar os membros dos grupos. O delegado informou o juiz, que decidiu suspender o serviço. Porém, até a última atualização deste texto, ainda era possível acessar o aplicativo.

Influência dos grupos

No celular do suspeito, a PF encontrou fotos e vídeos dele em meio a objetos neonazistas. As imagens são semelhantes a outras que foram divulgadas por membros dos grupos em que o adolescente participava. Para os policiais, é nítida a influência que esses materiais tiveram na formação do suspeito.

O delegado ainda afirma na petição que o modelo de funcionamento do Telegram estimula a disseminação de conteúdos de violência. Nos últimos meses, o Bastidor mostrou como o aplicativo ajudou na configuração dos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.

Grupos neonazistas também são facilmente encontrados na plataforma, que não filtra sequer os nomes mais diretos ligados ao tema. Por outro lado, quem faz o download das versões oficiais das lojas de aplicativos, como a Google Play e a App Store não tem acesso pleno a todos os conteúdos, já que Google e Apple proíbem.

O Bastidor acessou alguns desses grupos nesta quarta-feira. Em vários deles, os usuários zombavam da decisão judicial. Outros disseminavam mentiras sobre o PL das Fake News, que viralizou em grupos bolsonaristas. No caso dos neonazistas, os grupos foram denunciados à plataforma.

No caso dos grupos usados pelo adolescente, os investigadores também se depararam com outro problema. Todos foram criados por números de telefone de fora do Brasil. É comum que os usuários compartilhem meios de burlar os bloqueios nacionais, como o determinado pelo juiz.

Leia abaixo as íntegras dos documentos que embasaram o bloqueio do Telegram:

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