Os concierges do crime
A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira (28) 17 pessoas suspeitas de participar de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou 7,5 bilhões de reais, segundo os investigadores.
A quadrilha usava dois bancos digitais, as chamadas fintechs, para ocultar a origem e a destinação dos recursos que circulavam pelas contas. Os bancos T10 Bank e Inovepay operavam sem autorização do Banco Central.
As duas fintechs depositavam os recursos dos seus clientes em bancos tradicionais e, segundo a PF, usavam empresas de fachada para movimentar esse dinheiro, inclusive com o recebimento de valores por meio de máquinas de cartão de crédito.
A suspeita dos policiais é que as duas fintechs operavam dinheiro de facçōes criminosas, empresas com dívidas trabalhistas e com os mais diversos problemas com a Justiça.
Os falsos bancos garantiam aos clientes que a movimentação ocorreria longe da fiscalização das autoridades, porque o dinheiro ficava depositado em bancos tradicionais e só era movimentado quando havia necessidade. Foi daí que surgiu o nome da operação, Concierge: os clientes procuravam as fintechs quando necessitavam de algum serviço especial. A prática é conhecida como "conta bolsão".
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) chegou a denunciar a fraude ao Ministério Público Federal, que também participou das investigações.
Além das prisões - das quais 10 são preventivas - os policiais cumpriram 60 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e Minas Gerais. A maior parte aconteceu em Campinas (SP), onde ficavam as sedes das fintechs investigadas.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, a Justiça determinou a suspensão dos registros profissionais de dois advogados, de quatro contadores e o bloqueio de 850 milhões de reais dos investigados.
A Polícia também afirma que identificou os clientes das fintechs e que eles são alguns dos alvos das ações desta quarta-feira.
Em nota, a Inovepay disse que os advogados do Inove Global Group não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação. "A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa. Também ressalta total disposição em colaborar com as investigações. Importante ressaltar que o Inove Global Group é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento. E não uma Instituição financeira e nem banco digital".
Nota alterada às 14h40 para corrigir o nome da fintech Inovepay e às 17h20 para acrescentar a nota da Inovepay.
Moraes suspende extradição pedida pela Espanha após país negar entrega de Oswaldo Eustáquio
Leia MaisDiretor da agência vai depor por suspeita de atrapalhar inquérito sobre a Abin paralela
Leia MaisTST livra ex-funcionário de indenizar empresa por cobrar comissão para privilegiar fornecedores
Leia MaisMovimentos do TCU contra a Previ são atribuídos a uma vingança do ex-presidente do tribunal
Leia MaisIntegrantes da CPI das Bets querem mais tempo para concluir investigação, que anda devagar
Leia MaisLíder do PL se antecipa e apresenta pedido para que projeto a favor de Bolsonaro tenha urgência
Leia MaisLula assina decreto com regras do programa com nova ajuda a estados para pagar dívida com a União
Leia MaisLula promulga acordo comercial entre o Mercosul e o Estado da Palestina, parado desde 2011
Leia MaisMinistro Gilmar Mendes suspende todas as ações sobre validade da pejotização no país
Leia MaisLula sanciona lei que o autoriza a retaliar sanções econômicas impostas ao Brasil por outros países.
Leia MaisTRF-3 nega pedido da Paper Excellence e mantém proibição de transferência de ações da Eldorado
Leia MaisJair Bolsonaro deverá ficar internado por pelo menos duas semanas para se recuperar de cirurgia
Leia MaisEx-presidente passou por nova cirurgia para desobstruir o intestino; procedimento durou mais de 12h
Leia MaisBolsonaro deve ser transferido de avião para a capital neste sábado e fala em possível cirurgia
Leia MaisPGR pede mais tempo para analisar propostas de repactuação das leniências das empresas da Lava Jato
Leia Mais